CAMPANHAS
Descrição da foto para DV's: Deborah Prates, de camiseta azul acinzentada, calças jeans e tênis preto, agachada ao lado de Jimmy Prates e apontando para um bueiro sem tampa a sua frente, grande perigo para os pedestres. Esse mesmo bueiro está descoberto desde 2011.
Campanhas, quando feitas
com empenho/responsabilidade dão muito certo. Falo daqueles conjuntos de ações,
de soma de esforços que focam um fim determinado que a sociedade quer ver
modificado. Quando todos acreditam, conseguimos mudar maus hábitos.
Peguemos a campanha
contra o tabaco, cujo marco é o dia 31 de maio. Ao longo dos anos de
conscientização as estatísticas dão conta de como despencou o uso do cigarro e
derivados. Incrível como as pessoas entraram no clima! Em 2014 os humanos fumantes
sentem-se envergonhados/constrangidos de tirar um cigarro, charuto, cachimbo em
público. Seja porque faz mal à saúde; seja porque a fumaça e/ou o cheiro do
produto incomodam terrivelmente o vizinho. Certo é que uma campanha bem-feita
funciona. O legal é que um humano é o fiscal do outro!
Tenho para mim que a
máquina governamental, quase nada, está se importando com a saúde, propriamente
dita, dos cidadãos. Julgo que para os e-gestores o que conta verdadeiramente é
a diminuição dos custos da Previdência Social. Porém, ainda assim, o resultado
é excelente.
Destaco o exemplo da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, através da Comissão de
Combate ao Tabagismo da Associação Médica Brasileira (AMB), que está promovendo
uma campanha contra o tabagismo, direcionada aos médicos fumantes. O propósito
é a sensibilização dos próprios profissionais para que procurem centros de
referência. Medicamentos e demais necessidades, objetivando o fim do
vício/doença são disponibilizados gratuitamente. Bacana é o título da
iniciativa: "Sua saúde e qualidade de vida precisam ser preservadas. Seja
um exemplo para você mesmo!"
A Lei Seca é outra linda
campanha que também vem trazendo enormes benefícios à população. As
estatísticas mostram o quanto diminuiu o índice de acidentes no trânsito e nas
estradas brasileiras.
Ambas as citações acima
não deixam dúvidas de que quando TODOS se sentem envolvidos - prejudicados ou
beneficiados - a coisa funciona. No contraponto, concluímos que quando as
campanhas não globalizam o seus destinatários os fracassos são inevitáveis..
A causa das pessoas com
deficiência, tristemente, estão no hall das campanhas fracassadas, ou, se
preferirem, das maus sucedidas. A explicação é que, graças ao Criador, somos a
minoria. Logo, a coletividade, por inteira, dá de costas para o tema por não se
sentir abarcada. Comum é ouvir: não sou deficiente; não tenho deficiente na
família; não tenho amigo deficiente, pelo que esse assunto não me diz respeito.
E o humano volta a colocar o fone na orelha e desligar da questão que não é
dele.
Pena é que não temos
secretários relativos às diversas Secretarias da Pessoa com Deficiência que
sejam militantes. Vemos muitos galgando ascenção política. Todavia, raros são
os que têm amor à causa humanitária e que, por isso, pensam nos semelhantes
deficientes. São uns egoístas, mas estão lá, ocupando cargos de confiança.
Nessa mentalidade é que tímidas campanhas são - ESPORADICAMENTE - veiculadas na
mídia em flash avulso e sem conexão
com o viver diário. Passam, na realidade, batidas. A sociedade nem chega a
assimilar coisa alguma. Tanto essa premissa é verdadeira que a jornalista
Ludmilla de Lima, no jornal O Globo de 29/5/2014 escreveu: "O secretário
municipal de Turismo do Rio, Antônio Pedro Figueira de Mello, protagonizou,
nesta quarta-feira, uma saia justa ao comentar a falta de preparo da cidade
para receber pessoas com deficiência. Em entrevista à rádio CBN, ele admitiu
que faltou atenção a esse público durante os preparativos para a Copa, mas argumentou
que esse não é o público -alvo do
evento... disse o secretário, completando: Até porque a gente analisa muito o
público que vem para um evento como esse. E para a Copa do Mundo não há tanto
esse público."
Em 2014 as pessoas com
deficiência permanecem INVISÍVEIS aos e-gestores da hora! Eis a questão posta
como é. Diante dessas aberrações de administradores é que, mais uma vez,
repito: sem exceção, todos aqueles que forem admitidos em cargos públicos hão
que se submeter a cursos/palestras de conscientização sobre as diversidades.
Inadmissível um Secretário de Turismo da RJ fazer um pronunciamento tão
preconceituoso como o feito pelo desumano Antônio Pedro Figueira de Mello.
O Brasil há que estar
preparado para recepcionar o seu cidadão, bem como a qualquer turista, com
acessibilidade de todo gênero. A mídia e pesquisas mostram que, depois da Copa,
os brasileiros ficarão com um ordinário "LEGADINHO". A questão é que
os e-gestores administram com a mão no mouse!
Se saíssem em campo saberiam tudo sobre as necessidades dos munícipes. O pior
de tudo é que são reeleitos; mais do mesmo! Como nos autoflagelamos!
A saída é a educação
CONTINUADA, via campanhas de conscientização relativamente às pessoas com
deficiência. O Artigo 8 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência é bem claro ao ditar o "caminho das pedras", com o fito
de que a coletividade conheça, entenda e respeite a pessoa com deficiência. Já
não há mais espaço para o assistencialismo de outrora, que perdura hodiernamente.
Pelo amor da santa, não
quero mais ouvir a velha retórica: NÃO HÁ VERBA. Tempo e dinheiro PÚBLICO são
questões de preferências! Vemos tanto dinheiro público indo ralo abaixo; o
próprio Peticionamento Judicial Eletrônico (PJe), serve de ilustração. Como
cogitar que o Conselho Nacional de Justiça, tendo como presidente o ministro
presidente do Supremo Tribunal Federal, não conhecia o Artigo 9 da Convenção?
Pois é, mas o malfadado sistema de peticionamento está vivo, cambeta, acéfalo,
assustando/afugentando os advogados desse nosso Brasil. Os cegos foram banidos
da profissão. Revogou o CNJ, via Resolução, o Artigo 133 da Constituição da
República! Brincadeira, hein?
Possivelmente os
leitores hão de me perguntar: E eu com isso? Pois é, eis a falta de justiça (princípios,
valores... ética) em nosso cérebro. E, como já disse o ditado popular: vento
que venta lá tem tudo para ventar cá também. Se a Constituição fora rasgada
para os advogados cegos, fique alerta meu amigo; poderá ser rasgada para você
também! É isso!
Agora ouvimos o ministro
Joaquim Barbosa anunciar a sua aposentadoria. Certo é que uma vaga estará a
disposição da presidenta Dilma para completar o quadro de ministros do nosso
STF. É a hora dos brasileiros serem solidários e clamar à Chefe da Nação que
nomeie um ministro com deficiência para a vaga - em breve - em aberta. Sem
dúvida é a SOLIDARIEDADE o sentimento que nos faz humanos. Para que o STF seja
justo se faz mister que haja um ministro com deficiência.
O humano, por
desconhecer o único Documento Internacional com status de Emenda Constitucional, ainda não captou - século XXI -
que não é o limite individual que
determina a deficiência, mas sim as barreiras
existentes nos lugares, como, por ilustração, no meio físico, no
transporte, na informação de todo genero, na comunicação, nos serviços em
geral...
Há cérebro de pessoa com
deficiência tão preparado quanto os cérebros de pessoas sem deficiência, para
assumir a vaga que estará aberta com a aposentadoria de Barbosa no STF. Indico
o nome do DR. ROBERTO WANDERLEY
NOGUEIRA, juiz federal em Recife (PE), na magistratura há mais de 30 anos.
Um juiz com deficiência e, o mais importante, um MILITANTE da causa. Precisamos
estar incluídos e não apenas integrados. Convido os amigos a conhecerem, na prática,
a diferença de INCLUIR e INTEGRAR na minha crônica: Bolo sem glacê.
(http://deborahpratesinclui.blogspot.com.br/2013/03/bolo-sem-glace.html)
Por um Supremo Tribunal
Federal mais fidedigno, real, que retrate os anseios dos brasileiros... de
DIREITO E JUSTIÇA!
DEBORAH PRATES.
Talvez estejamos na realidade não diante de barreiras, mais sim de buracos. Para que sim, caiamos neles. Culpando-se aqueles que não podem ver, ser sua própria culpa cair no buraco. E o deficientes psicossociais, já que são tao poucos, para o buraco também...mesmo aqueles que militam não so pela causa, mas pelo direito de serem livre, de terem acesso ao trabalho. O desinteresse pela efetividade da Convencao da ONU de modo em geral chega ao ponto de penalizar os que ousam se expressar.
ResponderExcluirÉ isso aí, querido amigo Rodrigo! Carinhosamente. Deborah Prates
ExcluirComo mãe de um rapaz autista, pessoa com deficiência acho que suma importância termos um Juiz que sabe e entenda da nossa luta... parabéns, tem nosso apoio.
ResponderExcluirOlá, bacana essa sua interação! Verdadeiramente a nossa união é que levará o Dr. Roberto Wanderley Nogueira a ocupar uma cadeira no STF. Sua ajuda será importantíssima para essa conquista. por favor, aguarde que na próxima semana teremos uma petição pública e a sua assinatura será nela, bem-vinda. Carinhosamente. Deborah Prates
ExcluirSou COMPLETAMENTE favorável à ocupação desse Ministério por Dr Roberto Wanderlei Nogueira!! Uma pessoa com deficiência que conhece o nosso lado, o lado frágil da sociedade e tem sensibilidade para avaliações de situações difíceis! Estivemos juntos em Foz do Iguaçu e me impressionou muito seu caráter, sua presença e seriedade! Tenho acompanhado seu trabalho e espero que nossa Presidenta Dilma Rousseff tenha o bom senso de acatar nossa sugestão! Não há nome melhor para o cargo!!
ResponderExcluirComo mãe de autista, pessoa com deficiência, também sou favorável a que pessoas engajadas e sensíveis como o juiz DR. ROBERTO WANDERLEY NOGUEIRA ocupe um cargo como esse. Vá em frente! Claudia Moraes- Coordenadora do Movimento Orgulho Autista no Est. do Rio de Janeiro
ExcluirQueridas amigas Berenice e Claudia, é isso aí! Estamos chegando bem perto de uma cadeira no STF. Para semana, enviarei às amigas o link da petição pública que passaremos para que o nome do Dr Roberto Wanderley Nogueira chegue, por vontade do povo, às mãos da presidenta Dilma. Estamos juntas. Carinhosamente. Deborah Prates.
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