Comissão da Mulher IAB - evento de 06/03/2018
Nome do evento: Seminário Sororidade
Ideias chaves: sororidade,
preconceito, identidade social vinculada ao estereótipo, mercado de trabalho e
resistência.
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O mote da Comissão da
Mulher do IAB é a sororidade, a qual pode ser traduzida como forte união e
entrelace entre as mulheres, com fundamento no companheirismo e empatia, bem
como no contundente interesse no encontro de objetivos em comum.
O propósito que se
pretende alcançar com o evento é debater e trocar experiências de resistência
frente a um mercado de trabalho machista e regado de preconceitos e
estereótipos ligados a identidade social das mulheres.
Inquestionável ser a
identidade um processo de construção social, já que atrelada ao kit das
relações que entremeiam a vida cotidiana.
Hodiernamente, fala-se em
identidade social, na perspectiva individual e social. Percebe-se uma
individualidade, singularidade, que vai sendo construída na relação com outros
humanos.
O trabalho, na contemporaneidade,
tem um enorme valor e está diretamente ligado a dignidade da pessoa humana.
Ocupa um lugar primordial, fundamental, na vida da trabalhadora, seja por ser
um modo de sobrevivência, seja pelo tempo a ele dedicado, seja como realização
pessoal ou profissional. É através do trabalho que o ser humano dialoga com o
seu meio social.
Nesse contexto é seguro
afirmar que a perda do trabalho - fundamento da vida social - é sinônimo de
perda da IDENTIDADE e da liberdade.
Sem o seu trabalho o ser
humano fica vulnerável diante das pressões do ambiente social, equivalendo
afirmar que a perda da identidade é vista como incapacidade da pessoa de
defender-se destas pressões.
Pode-se afirmar que o
trabalho é o crescimento do ser e que, no contraponto, a sua perda é o
decréscimo do ser, diminuição perante a sociedade.
Segue um pensamento do
consagrado desembargador aposentado da Justiça do Trabalho Márcio Túlio Viana
(TRT-3ª Região), que corrobora o objetivo do evento: "(...) a inatividade
pode não só humilhar o empregado, como impedí- lo de se realizar como homem e
como cidadão, afetando sua dignidade." (VIANNA, Márcio Túlio. Direito de
resistência. São Paulo: LTr, 1996. p. 118).
Atualmente o estereótipo
da família patriarcal, graças a resistência da mulher frente a igualdade entre
os sexos, está perdendo a força perante a nossa sociedade. É inegável que o
papel da mãe como dona de casa e do pai como provedor distanciou a mulher do
mercado de trabalho formal.
Com as oportunidades de
estudo as mulheres estão se qualificando e penetrando em campos de trabalho
antes dominadas pelos homens.
Em 2018 temos mulheres:
pilota de aeronaves apoiando as operações policiais, comandando, inclusive, o
helicóptero blindado da PM/RJ, conhecido como o caveirão aéreo; operadoras de
guindastes; caminhoneiras e tantas outras que venceram preconceitos em busca de
seus sonhos.
A mulher está provando a
sua competência em todas as áreas profissionais, de sorte a provar que as
diferenças entre os sexos não se sustentam mais.
No entanto, existem
grupos de mulheres que ainda não despontam nessa trajetória histórica. Por
exemplo, as mulheres com deficiência não são enxergadas. Verdade é que a
sociedade não se interessa por elas, razão pela qual desconhecem as suas
realidades. E, por conta desse desconhecimento, deixa de incluir esse
seguimento populacional nas políticas públicas. Isso é muito grave em uma
sociedade que se diz democrática. Sororidade seletiva? Seria possível?
Por esses fundamentos é
que tem lugar o evento que acontecerá no dia 6 de março, às 17:30, no Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB),
intitulado: 8 de março: Dia da Sororidade.
É o feminismo um
movimento de transformação social, de maneira que a presença de mulheres e
homens será imprescindível para a real efetivação da igualdade entre os
gêneros. Logo, fica o convite para que todas, todes e todos componham esse
significativo encontro.
DEBORAH PRATES