sexta-feira, 6 de abril de 2012

Páscoa e acessibilidade atitudinal!


FELIZ PÁSCOA PARA TODOS!





  Descrição da imagem: Dentro de um vaso marrom, encontra-se um coelho cor creme. Em volta do vaso estão várias plantas com flores rosa, amarela e branca.



                   Tendo a Páscoa o sentido de renascimento é que selecionei o texto abaixo com o objetivo de mostrar aos queridos amigos que precisamos mesmo é de MUDANÇA DE HÁBITOS. Volto, então, a insistir na tecla



ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ!

"A arte de resolver conflitos


                   O trem atravessava sacolejando os subúrbios de Tóquio numa modorrenta tarde de primavera.


                   Um dos vagões estava quase vazio: apenas algumas mulheres e idosos e um jovem lutador de Aikidô.


                   O jovem olhava, distraído, pela janela, a monotonia das casas sempre iguais e dos arbustos cobertos de poeira.


                   Chegando a uma estação as portas se abriram e, de repente, a quietude foi rompida por um homem que entrou cambaleando, gritando com violência palavras sem nexo.


                   Era um homem forte, com roupas de operário. Estava bêbado e imundo.


                   Aos berros, empurrou uma mulher que carregava um bebê ao colo e ela caiu sobre uma poltrona vazia. Felizmente nada aconteceu ao bebê.



                   O operário furioso agarrou a haste de metal no meio do vagão e tentou arranca-la. Dava para ver que uma das suas mãos estava ferida e sangrava.


                   O trem seguiu em frente, com os passageiros paralisados de medo e o jovem se levantou.



                   O lutador estava em excelente forma física. Treinava oito horas todos os dias, há quase três anos.



                   Gostava de lutar e se considerava bom de briga. O problema é que suas habilidades marciais nunca haviam sido testadas em um combate de verdade. Os alunos são proibidos de lutar, pois sabem que Aikidô" é a arte da reconciliação.


                   Aquele cuja mente deseja brigar perdeu o elo com o universo.


                   Por isso o jovem sempre evitava envolver-se em brigas, mas no fundo do coração, porém, desejava uma oportunidade legítima em que pudesse salvar os inocentes, destruindo os culpados.


                   Chegou o dia! Pensou consigo mesmo. Há pessoas correndo perigo e se eu não fizer alguma coisa é bem possível que elas acabem se ferindo.



                   O jovem se levantou e o bêbado percebeu a chance de canalizar sua ira.

                   Ah! Rugiu ele. Um valentão! Você está precisando de uma lição de boas maneiras!


                   O jovem lançou-lhe um olhar de desprezo.


                   Pretendia acabar com a sua raça, mas precisava esperar que ele o agredisse primeiro, por isso o provocou de forma insolente.


                   Agora chega! Gritou o bêbado. Você vai levar uma lição. E se preparou para atacar.


                   Mas, antes que ele pudesse se mexer, alguém deu um grito: Hei!


                   O jovem e o bêbado olharam para um velhinho japonês que estava sentado em um dos bancos.


                   Aquele minúsculo senhor vestia um quimono impecável e devia ter mais de setenta anos...


                   Não deu a menor atenção ao jovem, mas sorriu com alegria para o operário, como se tivesse um importante segredo para lhe contar.


                   Venha aqui disse o velhinho, num tom coloquial e amistoso. Venha conversar comigo insistiu, chamando-o com um aceno de mão.


                   O homenzarrão obedeceu, mas perguntou com aspereza: por que diabos vou conversar com você?


                   O velhinho continuou sorrindo. O que você andou bebendo? Perguntou, com olhar interessado.


                   Saquê rosnou de volta o operário e não é da sua conta!


                   Com muita ternura, o velhinho começou a falar da sua vida, do afeto que sentia pela esposa, das noites que sentavam num velho banco de madeira, no jardim, um ao lado do outro.


                   Ficamos olhando o pôr-do-sol e vendo como vai indo o nosso caquizeiro, comentou o velho mestre.


                   Pouco a pouco o operário foi relaxando e disse: é, é bom. Eu também gosto de caqui...


                   São deliciosos concordou o velho, sorrindo. E tenho certeza de que você também tem uma ótima esposa.


                   Não, falou o operário. Minha esposa morreu.


                   Suavemente, acompanhando o balanço do trem, aquele homenzarrão começou a chorar.


                   Eu não tenho esposa, não tenho casa, não tenho emprego. Eu só tenho vergonha de mim mesmo.


                   Lágrimas escorriam pelo seu rosto. E o jovem estava lá, com toda sua inocência juvenil, com toda a sua vontade de tornar o mundo melhor para se viver, sentindo-se, de repente, o pior dos homens.


                   O trem chegou à estação e o jovem desceu. Voltou-se para dar uma última olhada. O operário escarrapachara-se no banco e deitara a cabeça no colo do velhinho, que afagava com ternura seus cabelos emaranhados e sebosos.


                   Enquanto o trem se afastava, o jovem ficou meditando... O que pretendia resolver pela força foi alcançado com algumas palavras meigas. E aprendeu, através de uma lição viva, a arte de resolver conflitos."

                   Obviamente extraindo-se os exageros e guardando-se as proporções do texto com o nosso cotidiano, temos que reconhecer que amanhecemos ATACANDO uns aos outros!

                   Lembro-me de uma manhã quando caminhava com Jimmy Prates pela calçada fomos abruptamente abalroados por um homenzarrão que gritou:

                   - Tá cega? Não tá me vendo não?


                   Balançando para trás e para frente, tentando manter o equilíbio respondi:

                   - Sou cega!


                   Veio, felizmente, o pedido de desculpas com algumas vozes de reprovação ao homem. A vida prosseguiu e eu decidi, desse dia para cá, usar a fantasia de cego. Adquiri uma coleção de óculos escuros. Se coincidência, não tive mais problemas!

                   Então, é que convido-os a meditar sobre as experiências relatadas para ponderar se não passamos da hora de MUDAR NOSSOS HÁBITOS. Precisamos sempre de uma desculpa/ocasião para um recomeço. Então, vamos aproveitar o ensejo da Páscoa para renascermos para um mundo melhor e mais acessível para todos.



ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ!



Carinhosamente.



DEBORAH PRATES + JIMMY PRATES

2 comentários:

  1. Deborah Prates, belíssima mensagem de reflexão, o entendimento de que a MUDANÇA DE HÁBITO em nossas atitudes devem ser revistas, pois a elevação de um carinho gestual e uma palavra amiga ao nosso semelhante sempre será o começo de um possível e esperado mundo de PAZ, se cada semelhante semeiar em vossos corações a intenção de levar ao seu próximo o bem, cosquistaremos a tal sonhada paz.
    Parabéns.
    Um abraço.
    Joaquim Luiz e Valéria

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  2. Olá amiga Debora Prates, esta mensagem de reflexão é de uma grandiosidade e sabedoria, significa o devido entendimento para que todos nós tenhamos uma postura em nossas atitudes, atitudes que refere-se a levar-mos ao nosso próximo sempre uma palavra amiga, um carinho gestual, ao invéz de responder-mos com agressividade, atitude essa que nós levará a lugar algum a não ser o de estimular a vilolência, precisamos sim nós conscientizar do bem estar ao nosso semelhante, sou a favor da mudança de hábito, já.
    Parabéns.
    Um abraço.
    Att.

    Joaquim Luiz

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