Cliquem aqui e surpreendam-se com o nome modelito de Berenice (seus LEDS iluminam 16 metros quadrados). ---> http://www.youtube.com/watch?v=rxndwBA-DFQ
Descrição da foto: Na
foto está Deborah Prates: cabelos dourados, brincos compridos, óculos escuros,
blusa sem manga branca, bermuda jeans e bolsa laranja; segurando a coleira de
Jimmy Prates. Ambos encontram-se no campus da PUC/RJ, em uma ponte de madeira com vegetação e um córrego
ao fundo.
A vida escureceu a minha
tela em alguns momentos da caminhada. Contudo, a luz que trago dentro de mim
cuidou de reacendê-la em todas as difíceis situações. É essa energia
imensurável e inenarrável que vem iluminando a alma sempre e sempre.
Sob o foco da mobilidade
urbana na RJ venho utilizando a luz da Light que, também, de quando em vez,
apaga o filme. Desliga o computador, a televisão, o elevador ... Desço para a
rua com o meu olho quadrúpede. Jimmy Prates tem olhos de lince e a vida se
ilumina.
No entretanto, em poucas
situações, por questão de HUMANIDADE, não posso sacrificar meu pessocão. Num
lampejo, lanço mão de Berenice. Simplesmente Berê para os íntimos. Não sinto
inveja de sua magreza por ser exagerada!
Ao ganhar a calçada
ilumino aquele caniço de cabo a rabo. Cobri seu esqueleto com ledes coloridos.
Sirvo-me de várias opções; contínua, alternativa setorial, pisca-pisca ...
Quando meus ouvidos veem muitas vozes, não tenho dúvidas! Aperto o dispositivo
do ruidoso alarme que, certamente, concorre com o da viatura do Corpo de
Bombeiros.
Vejo gritos e movimento
de corpos que abrem caminho para nós. Dizem:
- Nossa; que exagero!
- Tá maluca!
- Parece uma árvore de
Natal!
Faz pouco que fui ao CTI
de um hospital visitar um amigo/irmão. Local, sem dúvida, de sofrimento/triste.
Berê entrou majestosa; elengantérrima! Tivemos que dar um passeio pelo local
para agradar a todos que queriam desfrutar daquele visual tão exótico.
Maquiamos a dor!
Tem exclamação para todo
gosto. Mas, engraçado que nunca mais ouvi:
-Deixe a
"ceguinha" passar.
Fato incontroverso é que
o corpo social trata o cego usuário de bengala com um olhar de piedade; melhor
dizendo, assistencialista. Lembro de uma situação em que tive que pedir a um
semelhante que segurasse Berê para mim. Notei o pavor desse humano em se
contagiar com a cegueira. Berê estava desnuda; exatamente como veio a esse
mundo tão perverso. Interessante é que, pós transformar-se em verdadeira ALEGORIA ,
as pessoas fazem questão de segurá-la e sentir os ledes, bem como espremer a
sua buzina! Quanta hipocrisia!
Num consultório médico
eu seria a próxima a ser chamada. Ocorre que o paciente da hora não saía por
nada. Percebendo que pessoas chegavam sem mais assentos, tratei logo de
levantar. Ao ordenar que Jimmy Prates se levantasse, terminei apalpando uma
cadeira de rodas que deslizou. Foi aí que fiz uma sugestão APIMENTADA. Disse:
- Para a senhora que
reclama de ficar em pé, tem uma cadeira bem aqui!
O silêncio foi tamanho
que ouvia a respiração de Jimmy. Constrangedor! Pessoas temem ser contagiados
com a paraplegia, pelo que oportuno se faz repetir que deficiência NÃO é
doença!
Recebo um telefonema da
amiga Bárbara me perguntando quanto ao padrão oficial de uma bengala. Indagava
se pequena fita fluorescente em certo ponto significava o grau da deficiência,
bem como traria mais segurança ao "DV".
Obviamente a intenção de
uma sinalização é dar mais segurança. Só que na hipótese de nada adianta, já
que os gestores NÃO fazem campanhas conscientizadoras. Mas será que não fazem
por serem maus? Ou será por não enxergarem a situação? Jugo ser mais a segunda
conjetura. Então, se o comandante nem sabe que erra, como corrigir a rota do
navio? Cruel, né?
Lembro do cachorro
tentando pegar o rabo. E voltamos ao mesmo ponto da partida. Qual? Ora, a falta
da tal ACESSIBILIDADE ATITUDINAL!
A roda, apesar de
existir faz muito, quebrou no início da viagem. Persisto em repetir que incluir
é PROCESSO de construção de sociedade igual para todos. A coletividade -
incluindo - é claro - os gestores de toda espécie - há que compreender que as
diversidades existem no viver cotidiano como são e não como os
"IGUAIS" gostariam que fossem.
Sabem aquela ladainha:
Ado, ado, ado; cada qual no seu quadrado! Bem poderíamos transformá-la em:
ADO, ADO, ADO; APENAS UM QUADRADO!
*Agradeço ao amigo e parceiro de engenhocas acessíveis – engenheiro
eletrônico – AMAURI FERNANDES, que, com tanta solidariedade, “comprou” a minha ideia
de vestir Berê – de cabo a rabo – com LEDS, dando-lhe um incremento traduzido por
um alarme possante. As luzes de Berê são suficientes para iluminar um cômodo de
16 metros quadrados
e sua buzina pode ser ouvida a uma distância de 100 metros . Divido os agradecimentos
com a empresa “SPUR” (importação e exportação), que patrocinou a alegoria. *
Foto do engenheiro eletrônico Amauri Fernandes
Carinhosamente.
Gostei muito Sra. Débora, excelente!
ResponderExcluirRosa da Glória Táxi
Querida amiga Rosa, muito obrigada pelo seu carinho habitual. Tenha certeza que você faz a diferença nesse planeta tão árido. Juntas somos fortes. Carinhosamente Deborah Prates
ExcluirMuito bom o texto. Impactante.
ResponderExcluirBoas energias nessa manhã de quarta, amigo Gercyley. Fico feliz com a sua interação. Grata pela solidariedade. Dessa forma vamos avançando rumo a um planeta melhor para todos. Carinhosamente Deborah Prates
Excluirgostei muito. os meus cães usam leds na coleira quando vou com eles à rua à noite.:)
ResponderExcluirBons fluidos nessa quarta, amigo Maragitado! Essa internet é mágica! Muito bacana a sua interação e troca de figurinhas. Jimmy Prates (pessocão) também tem uma coleira com LEDS vermelho, mas é tão peludo que as luzes acabam ocultas. Nosso engenheiro eletrônico já está tratando de providenciar outra tipo Berê. Faço um trabalho de formiguinha, contudo estou caminhando no combate ao terrível preconceito e consequente discriminação. Obrigadão. Carinhosamente Deborah Prates
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