ÔNIBUS PARA TODOS
Diariamente Direitos
Humanos são desrespeitados sem que tenhamos consciência desse desastre
humanitário. Dessa feita venho fazer um rápido "tour" sobre o
panorama dos ônibus nesse nosso Brasil.
Ninguém tem dúvida de
que direito ao transporte com qualidade é garantido pela Carta Cidadã, né?
Também temos consciência de que os empresários de empresas de ônibus maltratam
a população; que os Srs. Gestores aparentam não estar nem aí para a
catastrófica situação, né? Mas e nós - usuários e telespectadores desse filme
de horror - o que fazemos?
Habitualmente a mídia
noticia a falta de segurança nos ônibus. Desleixo no cumprimento das normas
básicas de segurança; motoristas que falam ao celular com uma mão, tendo a
outra na caixa de marcha, ficando o volante a Deus dará; centenas de multas por
excesso de velocidade; condutores grosseiros e sem qualquer preparo para o
trato com a sociedade; avanço no sinal fechado; veículos caindo aos pedaços ...
Por outro lado os maus
empresários tratam os motoristas na pressão; valendo dizer no limite do stress.
As rotas têm que ser completadas num tempo "x"; dispensaram
cobradores de sorte que um único empregado é obrigado a fazer troco, dar
informações diversas, prestar atenção na cigarra ... Tudo para que a diferença
entre a receita e a despesa fique cada vez maior.
Noutro ângulo a
população fica sem alternativa. Em inúmeras situações só resta o ônibus como
transporte de massa. A irresponsabilidade dos gestores, somando-se ao espírito
de proveito desmedido dos empresários é que fica a indagação: A que lugar pretendemos
chegar? Quem ou quais são os culpados por toda essa bagunça social?
A grosso modo, para o
caso, uma concessão é uma atribuição dada pelo poder público às empresas de
ônibus, mediante contrato, para a exploração de serviço público. Uma das
condições é que esse serviço seja de boa qualidade. Todavia, notório é que
nenhum aprazimento tem os munícipes ao pegar um ônibus. Voltemos o foco para a
pessoa com deficiência. Do nada, decidiu-se padronizar as cores dos veículos sem
consultar, por exemplo, os usuários de baixa visão, analfabetos, e outros
seguimentos da população que se guiavam pelas cores, de modo que esse
desrespeito passou a fazer muita diferença. Apesar das reiteradas reclamações
dos deficientes visuais, até mesmo em audiência pública na ALERJ, absolutamente
nada fora feito. Aliás, nem compareceram os empresários!
Para os deficientes
físicos a condição não é diferente. Os elevadores para a interiorização das
cadeiras de rodas não funcionam. Uma humilhação perceber os cadeirantes serem
carregados, amputados de suas pernas - escancaradamente - pela ambição
desmedida dos agentes econômicos.
As condições físicas dos
coletivos são surreais. Bancos desparafusados dando a sensação do brinquedo
montanha russa; vidros soltos lembrando repiques de bateria; ferros de apoios
balançando; pisos tufados ....Viveiros de insetos! Baratas francesinhas,
pulgas, moscas, larvas; todos dentro do contexto frenético que já nos
acostumamos.
Em abril/maio os meios
de comunicação - repetidamente - noticiaram atropelamentos de ciclistas pelos
irracionais motoristas de ônibus. É um jogo de empurra empurra danado! Condutor
diz que é culpa do ciclista que saiu fora da ciclovia; já as pessoas que
praticam o ciclismo afirmam serem os condutores monstruosos. Autoridades e empresários
se omitem deixando a "banda" passar.
Pois é, como permitimos
que a ditadura da moda nos transformasse em tecnumanos é que paramos de pensar.
A irracionalidade envolvendo o direito ao transporte e a qualidade de vida
deixa transparente que necessitamos de conscientização sobre o tema. Você que
me lê dirá: Isso não é dever do gestor? E eu interatuo: Mas se ele nem sabe que
erra, como corrigir a rota do navio? Notadamente estamos a deriva. Nem os
ônibus escolares escapam das multas por excesso de velocidade!
Diletos amigos de
caminhada, a tábua de salvação dos horribilíssimos fenômenos anteriormente
citados tem um nome:
"ACESSIBILIDADE ATITUDINAL"
Convido-os ao cargo de MULTIPLICADORES
da rede da solidariedade. Falo de sentimento; de nos colocarmos na pele do
usuário de ônibus. Emoção há que ser vivida, suada/transpirada a tal maneira
que o semelhante - à distância - sensibilize-se.
Deixo-os na suave
companhia do amigo Kant:
"Toda reforma
interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do
nosso próprio esforço".
DEBORAH PRATES
Falta à grande maioria do Povo educação política (não-partidária)que os conscientize. Contudo, todos sabemos que CONSCIENTIZAÇÃO implica em RESPONSABILIDADES que nem sempre as pessoas querem pra si. Com isso, os maus gestores e politiqueiros de plantão, se aproveitam pra se enriquecerem às custas das dificuldades do Povo, que dorme em berço esplêndido. Grande pena!!!
ResponderExcluirBons fluidos, nessa noite de quarta, querida amiga Ninha. Excelente a sua reflexão. Concordo. É isso aí, vamos fazer a diferença que está faltando. Que tenhamos forças para não deitar em berço esplêndido. O trabalho de conscientização é árduo e diário. Carinhosamente Deborah Prates
ResponderExcluirQuerida amiga Deborah Prates, esse tema que está sendo abordado agora é de suma importância sobre inúmeros aspectos e principalmente no que diz a respeito a ganância dos empresários do transportes, gerando um enorme desrespeito a população Brasileira em um todo, principalmente as classes mais necessitadas que são os IDOSOS , AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E OS ESTUDANTES DAS ESCOLAS PÚBLICAS, isso é uma vergonha de tamanha monstruosidade, temos que dar uma basta nessa situação, o que vemos recentemente e com um acréscimo bem significativo de uma série de fatos predominantes noticiados nos Telejornais e na imprensa no modo geral, são ônibus sem a mínima condição de circulação mantendo seu trajeto sem a mínima verificação pelas autoridades que deveriam podar sua circulação, pneus totalmente carecas, bancos soltos e imundos, degraus de subida e descida bem altos dificultando o acesso dos IDOSOS e DEFICIENTES, escada para as PESSOAS COM DEFICIÊNCIA totalmente com DEFICIÊNCIA, parecendo até ironia, motoristas falando ao celular pondo em risco sua própria vida e dos passageiros, motoristas despreparados para ocuparem essa função quanto a recepção dos IDOSOS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, motoristas que deixam passageiros IDOSOS, DEFICIENTES E ESTUDANTES DE ESCOLA PÚBLICA ao relento e a mercê dos delinquentes, falam muito em reciclagem dos motoristas como se isso fosse a solução, talvez a solução esteja na mudança do sistema na qual os motoristas são impostos e obrigados a seguirem para que possam se manter no cargo.
ResponderExcluirInfelizmente nos deparamos todos os dias com esta triste realidade, até quando?