quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Conscientização sobre o cão-guia pelos 10 anos de Jimmy



Na esperança de que os leitores ressignifiquem a visão que têm do cão-guia é que transcrevo parte do meu livro ACESSIBILIDADE ATITUDINAL, editado pela Editora Gramma e lançado pela OAB-Mulher RJ em 15 de outubro de 2015. Compartilho uma das abordagens que faço sobre o guia. Por favor, reflitam!




" (...) vira e mexe, os usuários de guia se veem em apuros diante de uma sociedade preconceituosa em todos os aspectos.


Divido a perversidade de um restaurante na cidade do Rio de Janeiro que proibiu uma mulher cega de entrar no salão de refeições com seu guia. O caso rendeu uma bela reportagem num conceituado tabloide. Talvez, por não ser advogada, a deficiente não tenha tido argumentos para reverter a situação de plano.


Tempos depois, com uma emissora de televisão camuflada, fui ao mesmo estabelecimento e entrei naturalmente sem dar confiança ao porteiro. Fui recepcionada pela proprietária e solicitei-lhe um bom local para que o guia não fosse incomodado.


Acomodados, então, contei à senhora sobre a Convenção de Nova Iorque, bem como das normas relativas ao guia. Fui retrucada sob o fundamento de que os clientes entendiam como anti-higiênico um cachorro no local de refeições.


Imediatamente, solicitei à minha amiga (repórter disfarçada) que passasse os olhos sobre as mesas e verificasse a presença de aparelhos celulares. A rápida pesquisa trouxe um resultado de cinco. Destarte, desfiz o equívoco com a argumentação: um aparelho celular sobre a mesa junto com utensílios e alimentos, aliado ao nojento detalhe dos usuários falarem nele e pegarem, em seguida, no pão do couvert é que caracterizaria total falta de discernimento e asseio. Isto porque os celulares vão ao vaso sanitário ou são deixados sobre cestos de lixos públicos.


Ponderei que pesquisas confiáveis já constataram ser o celular ótimo meio de transporte para bactérias dos tipos: Pseudomonas, que podem causar infecções oculares; Staphylococcus aureus, que podem provocar infecções cutâneas; Salmonella, que podem provocar diarreia, dor abdominal e febre; coliformes fecais e outras.


Concluí o discurso dizendo que o celular é um dos objetos mais sujos de uso cotidiano, perdendo apenas para o carrinho de supermercado e para o teclado de computador; sua sujeira é semelhante à encontrada na sola do sapato, segundo o Doutor Bactéria. Por duas vezes disse-lhe que Jimmy Prates (meu cão-guia) fica debaixo da mesa, juntamente com os sapatos!


O exemplo descrito serve para mostrar que as pessoas falam demais, sem se darem conta das besteiras que repetem sem pensar. Ora, incoerente é o homem colocar o sapato/celular sobre a mesa e implicar com o cão que fica no chão! Prova de que urge mudar os nossos comportamentos, reciclar conceitos e preconceitos com base na ética. Atitude!


Por que as leis no Brasil não são cumpridas? Resposta: porque inexiste conscientização da sociedade para os seus nobres objetivos!


Para que as leis "peguem", mister se faz educar, preparar a população para entendê-las e recepcioná-las. A quem interessa educar o povo?"


Assim, no 10º aniversário do meu pessocão - Jimmy Prates - que vem me cobrindo de solidariedade é que divido essa alegria com todos.


Quer saber mais sobre o uso do cão-guia? Então, clique em:


http://deborahpratesinclui.blogspot.com.br/2012/04/pessoa-cega-dia-do-cao-guia.html



Grata. Carinhosamente. Deborah Prates.

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