sexta-feira, 22 de abril de 2016

Barrados na Praia do Diabo!



                   Barrados na  Praia do Diabo!

A Guarda Municipal da RJ não está preparada para o trato com a sociedade. É inacreditável, contudo, uma triste verdade.





Descrição da foto para deficientes visuais: Praia do Diabo, com a lua cheia brilhando no topo e algumas nuvens esparsas. Na areia, Deborah Prates está com uma blusa azul clara e legging preta, sentada numa cadeira de praia na cor roxa. a cadeira está virada em direção ao mar, logo Deborah está olhando para trás com um sorriso.
 

O dever da Guarda Municipal é o de executar policiamento administrativo ostensivo, preventivo, uniformizado e aparelhado, na PROTEÇÃO À POPULAÇÃO, bens, serviços e instalações do Município.


Bem, na noite de 21/4/2016, compareci a um evento na Praia do Diabo, por volta das 20:00 horas, e fui impedida por um guarda municipal por conta do meu CÃO-GUIA. O leitor acha que leu errado? Não. Foi exatamente isso que ocorreu.


Fomos barrados tão logo pisamos na areia da praia para participarmos de uma meditação na força da belíssima lua cheia que estava pendurada no céu da Cidade Maravilhosa.


A legislação do guia agasalha o meu direito de permanecer na areia da praia na companhia do meu cão-guia e, é óbvio, do evento público.


Mas, o seu guarda não queria saber da legislação invocada. Repetia e repetia que havia uma lei municipal que proibia cachorro na areia. Como os meus argumentos democráticos (calcados na legislação federal específica) não funcionaram foi que iniciou uma horrível discussão.


Muitos amigos que me acompanhavam e alguns populares entraram no caloroso conflito. Porém, o guarda permanecia inarredável em suas repetições esdrúxulas. E o bate-boca rolou juntamente com a cópia da legislação que lhe entreguei, a qual fora repassada aos ditos superiores.


Que situação triste causada por quem deveria conhecer e cumprir a legislação federal sobre o cão-guia. E está na norma legal da Guarda Municipal que é dever do guarda a PROTEÇÃO DA POPULAÇÃO! Quem é o cego nessa história toda?


O historiador francês Jules Michelet, em seu tempo, já afirmava que não eram as grandes personalidades e sim as massas os principais agentes das mudanças sociais. Nesse diapasão, deixou-nos uma reflexão que se adequa ao não cumprimento das leis em geral:

"Um sistema de legislação é sempre impotente se, paralelamente, não se criar um sistema de educação".


A quem interessa educar os agentes públicos e a população nesse contexto conturbado brasileiro?


Após o choque com a autoridade municipal, tudo terminou a contento com um pedido de desculpas do guarda. Melhor assim. Agora, que desgaste desnecessário.


A experiência acima dá conta do despreparo da Guarda Municipal do RJ no trato com a população. Como os guardas não são alertados para o fato de que há exceção à regra municipal? Como um guarda não ouviu falar na lei do cão-guia? Como esse servidor tem condições de proteger a sociedade se desconhece o elementar? Falta mesmo é treinamento! E os superiores?


A população do RJ está mesmo ao sabor do arbítrio e incompetência da Guarda Municipal.


Necessário mesmo são as campanhas de ACESSIBILIDADE ATITUDINAL.


        Claro que a meditação foi por água abaixo!


A propósito, vale lembrar que o Dia Internacional do cão-guia é a última quarta-feira do mês de abril. Assim, registro, desde logo, as minhas sinceras homenagens a Jimmy Prates que, com os seus bem vividos dez anos, ainda me empresta seus olhos amigos.


Viva meu pessocão! Viva! Feliz dia 27 de abril de 2016!


Descrição da foto para deficientes visuais: Praia do Diabo a noite. Em primeiro plano está o cão-guia Jimmy, deitado, olhando para o mar, que está ao fundo da foto. Ao seu lado direito encontra-se seu brinquedo laranja, no formato oval de uma bola de futebol americano.

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