terça-feira, 27 de agosto de 2019

Meu repúdio ao comportamento machista do Sr. Bolsonaro


Enquanto feminista não posso deixar de externar a minha indignação ao comportamento machista realizado pelo Sr. Bolsonaro a uma postagem de um de seus seguidores nas redes sociais. O seguidor, lamentavelmente, faz uma montagem usando duas fotos. Uma do Sr. Jair Bolsonaro com sua esposa bem mais jovem e outra com o presidente da França com a respectiva esposa com idade bem mais avançada. Como se a felicidade estivesse atrelada a idade das mulheres. Em tom de gozação endossa esse contexto machista e sexista, o que é inconcebível a um Chefe de Estado.

Vejam como é importante estudar gênero quando se quer entender as desigualdades sociais. Hoje há uma consciência, pelo menos para os estudiosos, de que o gênero estabelece as desigualdades e hierarquiza pessoas. A cultura ocidental, ainda em 2019, valoriza o homem mais velho que se une a uma mulher mais jovem. Aliás, quanto maior é a diferença mais aplausos recebe. No contraponto, ridiculariza a mulher quando esta se une a um homem mais jovem.

O Sr. Bolsonaro sentiu-se envaidecido ao ver exposta a juventude de sua esposa como se fosse um troféu conquistado pelo poder. Este sentimento é calcado no sistema patriarcal e no machismo estrutural que nos é passado de geração em geração. O homem idoso se acha mais poderoso se estiver ao lado de uma mulher mais jovem. Usa e abusa desse estereótipo jovial, o qual atualiza as suas qualidades físicas e sexuais, de sorte a potencializar a sua masculinidade até a morte.

Faz pouco tempo que as propagandas de carros aconteciam com homens mais velhos dirigindo ao lado de mulheres jovens, situação que lhes dava mais poder/prestígio social. A mulher e o carro novo eram coisas e, como tais, podiam ser descartadas sempre que quisessem. A má atitude do Sr. Bolsonaro é exatamente essa. Para ele a mulher não é um ser humano e sim um objeto, cuja obsolescência pode ser programada com a maior naturalidade. Assim, usa e descarta esses corpos porque entende que são desprovidos de subjetividade.

Sem dúvida foi uma ofensa a todas as mulheres indistintamente, já que as jovens de hoje serão as idosas de amanhã, caso não sejam atropeladas precocemente pela morte. A Sra. Brigitte Macron é a primeira-dama francesa e tem 24 anos a mais do que seu marido, Emanuel Macron. Apenas por esse detalhe foi discriminada pelo representante do nosso Brasil, o qual não reconhece os DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES.

Esse panorama somente mudará se semearmos a conscientização para posterior educação quanto a igualdade entre os gêneros. A saída será via exercícios de acessibilidade atitudinal. De fato, necessitamos, com a maior urgência, rever o nosso convívio social.

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