sábado, 2 de junho de 2012

Alô Terráqueos!


ALÔ TERRÁQUEOS!



Homem Sustentável, cadê você?




Descrição da figura para deficiente visual: imagem colorida do sistema solar, com o sol incandescente à esquerda e as órbitas com os oito planetas alinhados.





        Ouvíamos atentamente a leitura que Leonídia fazia na reunião sobre o eixo temático "ACESSIBILIDADE", apresentada na conferência de 2008. Nesse encontro discutiríamos novas dez propostas para, se aprovadas, colaborar na melhor qualidade de vida das pessoas com deficiência pelos próximos quatro anos.




        Particularmente imaginei que, antes de iniciarmos o rol das novas ideias do RJ, teceríamos a teia das acessibilidades física, comunicacional e atitudinal. Aliás, como fora procedido noutras cidades do Estado.




        Horrível sentir que estávamos sendo induzidos a conclusões que não deram certo. Como estamos engessados enlatados! Ninguém se manifestou quando observei esse detalhe. Senti-me voto vencido, pelo que segui no curso das águas.




        Incrível como as propostas de 2008 estavam atuais! Idênticos transtornos quanto aos transportes, mobilidade urbana em geral, tecnologias mal desenvolvidas, etc.. Sob a minha ótica todos cobertos de razão. Quase tudo errado! Notava que dávamos volta em torno do "cais"! Premente se faz comandarmos o nosso próprio navio. Ser timão e timoneiro. Íamos para onde?




        Sugeri que deveríamos focar a SUSTENTABILIDADE HUMANA. Sim. O HOMEM SUSTENTÁVEL! Inferi que, sem prejuízo das acertadas observações de outrora, tratávamos a febre e a dor com paliativos, mas não a causa! Indubitavelmente é o homem o principal predador de si próprio.




        Por estarmos enlatados pela fôrma da indústria da moda é que perdemos o funcionamento dos nossos neurônios! Não raciocinamos mais. Mães incentivam suas filhas a ingerirem folhas de alface, tomate e ovos cozidos para serem modelos. Contraditoriamente chora a coletividade nos enterros das jovens que morrem de ANOREXIA! Loucura, né?




        Ora, se os equívocos do passado estão se repetindo fácil é constatar que o ponto nevrálgico não fora atingido. Agora falo, com veemência, na urgência da implementação da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ!!! Percebo que o mundo não está de todo perdido. Noto que a maioria das pessoas NÃO sabem que arrastam MAUS hábitos. Nem sabem o que é acessibilidade! Nossos gestores permitem que empreiteiras tracem pela cidade pisos táteis que terminam em paredes! Rampas com hidrantes no meio! De fato, o pior cego é o que não quer ver.




        Comum é a confusão nos significados dos verbos INCLUIR e INTEGRAR. Aproposito, oportuno repetir que INCLUIR É PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SOCIEDADE IGUAL PARA TODOS. Se não temos consciência dos nossos erros como acertar? Remover maus hábitos é processo lento, pelo que estamos hiper atrasados nesse começo. É para ontem!




        Penso que, além das necessárias campanhas educativas objetivando as mudanças de hábitos, URGE prepararmos o HOMEM SUSTENTÁVEL. Como assim? Simples. Introduzindo em todos os cursos universitários nova disciplina. Qual? INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.




        Para um imediato exercício mental é que vale registrar que um bacharel em Direito, em tese, nem tem ideia da existência do único documento internacional com força de Emenda Constitucional, valendo enfatizar a CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Ginecologistas terminam a especialização tendo que aprender NA PRÁTICA, como examinar uma mulher cadeirante. E por aí afora em todos os cursos. Há que ser dito à coletividade que somos sujeitos de obrigações e de DIREITOS também! Basta de sermos tratados com métodos QUEBRA-GALHOS!




        Pois é! A Rio +20 está aí e, numa crítica positiva, denomino-a de RIO MENOS 20. Digo que se no Evento de 92, tivéssemos investido no HOMEM SUSTENTÁVEL, certamente, não estaríamos falando do ululante. Como conter o derretimento das calotas polares? Como frear o desmatamento? Como votar a redação do novo Código Florestal se não enxergamos que somos tão-só hóspedes nesse Planeta? No momento em que pagarmos a conta dessa maravilhosa hospedagem temos a obrigação de deixar o nosso lugar incólume para o próximo que chega aos gritos nas milhares de maternidades dessa Terra.




        Certo é que a HUMANIDADE NEM SE LEMBRA QUE TEM ORIGEM NO HOMEM.




        Entendo, para essa crônica, que humanizar é compreender e respeitar as DIVERSIDADES tal como se apresentam na natureza e não como gostaríamos que fossem. O foco é a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL. Formar novas PERSONALIDADES ÉTICAS julgo ser o grande barato. Mister se faz investir na TRANSFORMAÇÃO dos sujeitos/profissionais. Somente com a conscientização e sensibilização dos (protagonistas/pessoas e co-responsáveis/gestores) é que será possível REFLORESTAR OS CÉREBROS.




        Fala-se do lixo sustentável com toda propriedade. No contraponto onde estão as DIVERSIDADES na RIO +20? Atitude! HOMEM SUSTENTÁVEL CADÊ VOCÊ? Quando despertaremos?




Carinhosamente.



DEBORAH PRATES

4 comentários:

  1. querida! eu estive na Eco 92 junto a um grupo em q defendemos em uma apresentação pública o tema ECOLOGIA HUMANA ... me pareceq em se tratar de ser humano o tempo é algo tão interessante quanto o sistema solar : ou assim como o cultivar de cabelos : muitas vezes os cabelos custam anos a fio pra crescer e num repente uma tesourinha qualquer ...
    aí o jeito que tem é começar o cultivo de novo porque tudo que é vida é sempre em movimento
    muitos beijos com carinho

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    1. Querida nylaia, adorei o texto da "colher de pau do senhor nicolau". Pois é, vamos ver o que sairá da Rio + 20 sobre nós. Carinhosamente Deborah Prates

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  2. Olá Deborah!
    Muito legal! Como sempre, vc escreve com entusiamo para alertar e despertar nossa gente. Não basta somente a conscientização, é preciso agir, fazer acontecer e alcançar a tal sustentabilidade na diversidade que aparece em vários contexto.
    Abraços fraternos,
    Lumiy

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    1. Olá Lumiy, muito obrigada por esse retorno. É isso aí, vamos caminhando a passos de formiga, mas com muita vontade. Carinhosamente Deborah Prates

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