terça-feira, 24 de julho de 2012

O gestor quer táxi?


 O GESTOR QUER TÁXI? 






Descrição da foto para deficientes visuais: Mostra a parte externa da estação BRT Transcarioca. De forma tubular na cor branca, com janelas de vidro, tendo o asfalto a sua frente.



Numa calçada na Praça Saens Pena no último domingo por volta das 22h., meus ouvidos viram berros de aflição e dor. Jimmy e eu logo ficamos contraídos ao perceber que era de dor.



        Luis Fernando, amigo que nos acompanhava até a estação do Metrô local, rapidamente descreveu a cena. Era um homem sendo amparado por pessoas em busca de socorro médico. Gritavam por um táxi beirando o meio-fio. Três humanos, com bastante dificuldade devido ser obeso, tentavam ampará-lo. Ficamos todos envolvidos naquele desespero e nada de táxi parar!



        Nessas horas é que dá para crer o quão importante é a implementação da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ! Fosse o Sr. Gestor da RJ mais humano não permitiria a ocorrência de situações similares.



        O que tem a ver o Administrador com isso? Tudo! É que aprovou, sem exceção, o sistema BRT - Bus rapid transit, que consiste em pistas exclusivas para ônibus com operação semelhante a modos de transporte sobre trilhos, a fim de melhorar o trânsito.



        Acho que glaucoma pega! No período que denominei "O APAGAR DAS LUZES", final da linha da visão rumo a cegueira, o devastador glaucoma deixou-me com uma visão tubular. Sabe aqueles tubos que envolvem rolos de papel? Então, ponha um num olho e feche o outro. Exatamente assim. Vê-se tão-só o que está à frente. Visão do burro que só pode ver o que o dono determina. Nada na periferia!



        Estamos mesmo engessados/enlatados pela fôrma da indústria da moda. Seriam as Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) as androides culpadas? O nosso comandante é um computador? Poxa, fosse assim, o Poder Judiciário não estaria tão assoberbado. Um programinha básico decidiria todos os casos! Bem premente mudar nossos hábitos e ordenar nossos neurônios.



        Sabido é que a exceção serve para confirmar a regra. O amigo Aristóteles faz tempo que disse: "A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais".



        Ao sancionar norma que proíbe que táxis, automóveis particulares, ambulâncias, bem como qualquer automotivo que tenha por objetivo praticar o bem comum, perdeu - totalmente - a razão o Sr. Gestor. Por exemplo, na Praça Saens Pena está a concentração do maior número de consultórios médicos, laboratórios, e afins. Daí é que torna-se DESUMANO a proibição ser genérica, valendo dizer, sem contemplar situações que colocam em risco a INTEGRIDADE dos cidadãos.



        Pessoas com deficiência e limitações temporárias, idosos, crianças, estão sendo deixadas num conjunto de circunstâncias que lhes coloca em risco a própria vida!



        Longe de querer instituir a desordem! No entretanto, existem encontros de acontecimentos que constituem a exceção e que hão que ser considerados com suas peculiaridades! Elementar dizer que na interpretação de qualquer norma deve-se levar em conta o coeficiente axiológico e social nela contido, baseado no seu momento histórico, já que a norma geral em si deixa em aberto várias possibilidades.



        O Sr. Administrador esqueceu que, ao aplicar a norma ao caso concreto, deveria fazê-lo atendendo à sua finalidade social e ao bem comum. Não há norma jurídica que não deva sua origem a um fim, um propósito ou um motivo prático, que consistem em produzir, na realidade social, determinados efeitos que são desejados por serem valiosos, justos, convenientes e adequados à subsistência de uma sociedade.



        Seria justo pessoa cega, cadeirante, idosa, recém operado ser despejada em local inseguro? Seria essa a finalidade da atual norma? Abreviar a vida? Mais econômico para o Estado?



        Juntos somos fortes. A união faz a diferença! Vamos deixar que pessoas de Grupos Sociais vulneráveis corram desnecessário risco? Podemos mudar essa conjuntura, né? Vamos lhes dar segurança no desembarque, por ilustração, nas Avenidas Brasil, Ayrton Senna, Presidente Vargas, N. S. de Copacabana, Rua Visconde de Pirajá, etc..



        Tremenda estratégia ELEITORAL, isso sim! O Metrô, sem dúvida, seria bem mais eficiente, pois romperia com o rodoviarismo urbano. A população carioca ganharia duplamente. Primeiro por ser de manutenção enormemente mais barata e, segundo, porque diminuiria o trânsito com redução de automóveis e ônibus. Como sua construção leva mais de quatro anos, os Srs. Gestores não querem que os respectivos créditos sejam atribuídos aos seus sucessores. O BRT é um triste exemplo das obras de gestão, quando deveriam ser de ESTADO.



        Coração! Sim. Essa talvez seja a palavrinha mágica do momento. O Escritor americano Lyman Frank Baum, no clássico infanto-juvenil O MÁGICO DE OZ, anteviu por volta de 1910, a situação do gestor da RJ/2012, quando criou o personagem conhecido pelo HOMEM DE LATA. Acompanhe trecho do diálogo entre a menina Dorothy e essa figura.



        "- Nós vamos à Cidade das Esmeraldas, falar com o Grande Oz - respondeu Dorothy. - Ontem à noite paramos aqui para descansar na sua cabana, pois julgávamos que ela estivesse desabitada. - E o que é que vocês querem com o Grande Oz? - Eu quero que ele me mande de volta para o Kansas e o Espantalho deseja que ele lhe dê um cérebro. O Lenhador pensou um instante e perguntou:  - Você acha possível que Oz me dê um coração"?



        Preciso falar mais? A resposta coletiva virá nas urnas no próximo outubro eleitoral. Quem espera, nem sempre alcança!



        Convido o amigo a assistir: http://www.youtube.com/watch?v=iVtVx3v1Juw&feature=youtube_gdata


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