O "PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE" É
INACESSÍVEL.
Descrição da
imagem para deficientes visuais: Desenho do globo terrestre, tendo em todo o seu
contorno bonecos simples, iguais, unidos entre si. Tudo em azul claro, estando
no centro as Américas preenchidas em preto.
MARAVILHOSA RJ!
O dia
1º/julho/2012, foi, para mim, a maior prova da INSENSIBILIDADE CULTURAL DA
HUMANIDADE. A "MARAVILHOSA RJ", recebeu o reconhecimento da UNESCO,
através de seu Comitê do Patrimônio Mundial, com o título de Patrimônio
Cultural da Humanidade.
Triste verificar
que os padrões que regulam as ações humanas coletivas da sociedade hodierna
IGNORARAM a acessibilidade para a sobrevivência das PESSOAS COM DEFICIÊNCIA que
habitam o Planeta! Aproposito, também os idosos e todos os humanos que sentem
necessidades especiais. Ratifico que o pior cego é o que não quer ver!
Lembro os amigos de
um vídeo postado no meu canal Youtube feito no centro da RJ, mostrando, num
pequeno percurso pisos táteis terminando em paredes e outros obstáculos, além
de "pegadinhas" que colocavam em risco a integridade de quaisquer
mortais. Confiram em:
http://www.youtube.com/watch?v=yKG0qbYOs4s&feature=youtube_gdata
Nessa segunda-feira
(2/7) precisei ir ao centro e tracei uma rota, até turística, indo da estação
Carioca do Metrô, passando pelo Largo da Carioca - SEM piso tátil -
atravessando a Rua da Carioca e percorrendo toda a Rua Uruguaiana. Afirmo ter
encontrado TUDO inacessível. Muitos buracos e obras sem a necessária
sinalização, calçadas sem rampas e/ou meios-fios adequados. Longe de esboçar
calçada acessível. Trabalhadores descarregando mercadorias e as levando em
carrinhos desgovernados em percurso de zigue-zag, atropelando as pessoas em
geral, e muito lixo espalhado que dificultava o uso de bengalas. Numa área
tipicamente comercial não existe faixa de serviço! Com Jimmy Prates (meu guia)
tudo fica mais fácil, mas e para os que não fizeram essa opção de locomoção?
Verdadeiro circo dos horrores logo cedo! Essa é a "MARAVILHOSA RJ"!
Ah, contaram-me,
ainda, que existem rampas com hidrantes no meio! Gestores sustentáveis, por
favor, saiam de suas confortáveis salas e FISCALIZEM suas promessas de
campanha! Fácil administrar só no ar refrigerado e diante de um monitor, né?
Maravilha descer pelo elevador e o motorista abrir a porta do carro e seguir
assim pelo dia. Mas, será ético? Sinto a falta das Famílias - alicerce da
sociedade - para a formação de PERSONALIDADES ÉTICAS.
Que Patrimônio
Cultural é esse, hein? Provado ficou que permanecemos INVISÍVEIS aos olhos do
MUNDO! Viram como a grande chave do sucesso é a implementação da ACESSIBILIDADE
ATITUDINAL JÁ? Nossos gestores nem sabem o que é! Enquanto a humanidade não se
der conta que está engessada/ enlatada pela fôrma da indústria da moda não
corrigirá o traçado da rota. Cristalino que o humano ainda não se deu conta de
que está indo na direção errada. Daí, como acertar? Vocês têm dúvidas de que
precisamos passar um antivírus em nossos neurônios?
Tive a honra de
palestrar no evento CÚPULA DOS POVOS - RIO +20 - na sede da OAB/RJ, sendo meu
tema ACESSIBILIDADE e MOBILIDADE. Defendi que INCLUIR é processo de construção
de sociedade igual para todos. Num centro imaginário temos, ao meio, a palavra
oportunidade, à sua esquerda, a palavra ACESSIBILIDADE, e, a direita, a
palavrinha mágica IGUALDADE. Logo, o início da sobrevivência é a implementação
da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ!
Disse que as
acessibilidades física e comunicacional estão sendo praticadas com enorme sacrifício,
podendo dizer um passo para frente e dois para trás. Faz muito que tratamos a
dor e a febre, contudo não conseguimos detectar a causa desse atraso.
Cidade ACESSÍVEL é
para todos, pelo que os termos hão que ser desvinculados do seguimento PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA. Se o humano não for atropelado precocemente pela morte será um
idoso. Sendo assim, precisará de uma CIDADE ACESSÍVEL.
Ao final fiz uma
proposta no intuito de corrigir a "rota do navio". Objetiva construir
o HOMEM SUSTENTÁVEL. Mister se faz
alterar os currículos de TODOS os cursos universitários, a fim de que seja
introduzida NOVA DISCIPLINA, qual
seja:
INICIAÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO DOS GRUPOS
SOCIAIS VULNERÁVEIS.
Além da
insensibilidade dos gestores, temos médicos ginecologistas que não sabem
atender mulheres cadeirantes; advogados que desconhecem o único Tratado
Internacional com força de Emenda Constitucional, que vem a ser a Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência; juízes que impedem a permanência
do cão-guia com seu usuário nas dependências do foro; juízas que tomam
depoimento de testemunha cadeirante na calçada; etc.. As DIVERSIDADES são
REAIS, pelo que hão que ser aceitas pela sociedade como são e não como
gostariam que fossem. Com essa nova disciplina estudar-se-ia o arcabouço dos
GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS, valendo dizer: pessoas com deficiência, negros,
crianças/ adolescentes, mulheres, idosos, indígenas, ciganos, e outros.
A HUMANIDADE há que
se lembrar que deriva do HUMANO! Vejam o vídeo e reflitam sobre o pensamento de
Albert Einsten: "Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há
esperança para ela".
(1ª parte:
http://www.youtube.com/watch?v=UQWFOtzfa_U&feature=plcp/
2ª parte: http://www.youtube.com/watch?v=v5QMqXNF4IM&feature=youtube_gdata)
Estagnado é como
está o ser humano. O consumo exacerbado retirou a autonomia do pensamento.
Basta de "maquiagem verde". Precisamos recobrar a autonomia com a
prática da INCLUSÃO. Necessitamos de alimentos, saúde com humanização,
transportes adaptados, educação de qualidade, mobilidade urbana nos moldes do
desenho universal, desporto adaptado, bem como todos os recursos de
acessibilidade que nos proporcione idênticas oportunidades com as demais
pessoas sem deficiência. Daí, partiremos para o "abraço", já que a IGUALDADE
é uma CONQUISTA.
Tudo só depende de
nós! Meditem sobre o pensamento de Abraham Lincoln: "Ninguém é
suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu
consentimento".
Carinhosamente. DEBORAH PRATES
Maravilhoso, ver as colocações, porém a palavra mais linda é "DIREITO", so que a estatua está com os olhos vendado (tampado)é justamente para não ver o Direito, tudo é lindo no papel mais na pratica, é muito diferente, tem os que aplicam o direito, mais o DINHEIRO fala mais alto.
ResponderExcluirBoas energias amigo anônimo! Grata por sua inteiração. Concordo com você. Vivemos a cultura da superficialidade, onde o grande barato é o ter por ter. Uma vida sem sentido e sem ética. Para onde vamos? Estou convencida de que a grande saída é o investimento na sustentabilidade humana. Quero dizer, praticando a acessibilidade atitudinal. Não podemos perder a esperança. Carinhosamente Deborah Prates
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