sábado, 23 de fevereiro de 2013

"TECNUMANO"


 
"TECNUMANO!”
 
ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ!
 
 
 
 


Descrição da foto para deficientes visuais: Ao fundo encontram-se árvores e um córrego, com o sol incidindo neste. Em primeiro plano, em uma ponte de madeira e corrimão de ferro na cor marrom, estão Deborah Prates – cabelos cor de mel, blusa branca sem mangas e calças jeans – agachada e segurando o arreio de Jimmy Prates.

 

 

No pipi rotineiro de Jimmy Prates na frente da nossa casa ouvi:

 

                 - Que xixizão!

 

                 Era um casal de Cuiabá que passava férias na RJ. Aliviado, Jimmy dirigiu-se a eles com esfuziante balançar de cauda. Pós cumprimentos o encontro virou uma festa! Encantados pela honra de terem conhecido um guia sobrevieram os diversos cliques. A conversa rolou e a pergunta fluiu:

 

                 - Deve ser difícil ser deficiente na RJ, né?

 

                 Percebi que a senhora se referia as cidades grandes em geral. Interagi:

 

                 - Ao contrário! Nas cidades menores tudo é ultra camuflado, sendo mais flagrante o sentimento assistencial dos munícipes. Precisamos, para ontem, praticar a acessibilidade atitudinal! Sabem o que é?

 

                 O senhor ficou calado, já a senhora, em tom pensativo, respondeu:

 

                 - Ah, de atitude, né? Sou psicóloga e já estou entendendo onde você quer chegar!

 

                 Que felicidade senti ao encontrar neurônios receptivos. E o discurso comia solto, livre e firme.

 

                 Recordei a tragédia de Santa Maria. Teria um mês? E, agora, a ocorrência funesta de outro sinalizador atirado IRRESPONSAVELMENTE por torcedor do Corinthians. "Kevin", adolescente boliviano, perdeu sua vida quando torcia pelo seu San José. Ficamos consternados.

 

                 Teria o desporto perdido a sua essência de entretenimento, prazer?  Teria perdido o enlace com a vida para se casar com a morte? Hum! O amigo entende que houve negligência da administração do estádio que não fez a necessária revista para a apreensão de material nocivo?

 

                 Dia-a-dias constatamos que a cultura da IRRESPONSABILIDADE vem tomando conta do nosso Brasil. Ao invés de assumirmos as nossas culpas preferimos transferi-las a alguém físico ou jurídico. Tanto faz se ao Estado ou ao próximo! Raramente nos esbarramos com humanos conscientes com relação aos atos que praticam voluntariamente. Faz pouco que tivemos presidente que NADA sabia; ministros que desconheciam situações óbvias; fiscais que ignoravam alvarás de casas noturnas vencidos. ...

 

                 Até o dia 20 de fevereiro parecia que os brasileiros haviam aprendido a lição quanto ao perigo de lançamento amadorístico de sinalizadores quando, subitamente, em novo ato insano e na Casa alheia, comemora um gol matando um semelhante com idêntica "arma da alegria"!

 

                 A boa ordem e disciplina estariam ligadas - obrigatoriamente - a vigilância? Precisamos ter a "polícia" perpetuamente em nosso encalce? Está o nosso juízo algemado?

 

                 O consumo exacerbado retirou a nossa capacidade de raciocínio. Aumentar os horizontes das pessoas, tornando-as mais criativas ajudaria com que encontrassem os respectivos quocientes espirituais, que, de longe, tem a ver com religião. Isso faria com que encontrassem um novo significado para a vida. Os humanos carecem de novos propósitos que lhes devolvam os valores éticos a nortearem suas ações. Certo é que para a felicidade precisamos, tão-só, do necessário. O extraordinário é demais!

 

                 A tecnologia que inventamos esvaziou a própria vida. Trabalhamos para consumir. É uma vida sem sentido. Apenas queremos mais dinheiro. Mas para quê? Para quem? Para comprar sinalizadores? Em filas de fast food nos limitamos a responder aos TECNUMANOS a comida que desejamos por números. O de trás diz que é o número dois, o seguinte o número cinco e assim sucessivamente. Nem sabemos qual a surpresa inserida nos pacotes que recebemos! Vestimos e calçamos o que a indústria da moda nos impõe. A nossa tecnologia nos aprisionou! Matamos nossos neurônios! Como chegamos a tal decadência espiritual? Compramos passagem para onde? Desembarcaremos juntos no BURACO NEGRO? Suicídio coletivo?!

 

                 Albert Einsten, no apogeu, previu o TECNUMANO, quando eternizou o pensamento: "Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade".

 

                 Amigos leitores, perceberam que esse negócio de ACESSIBILIDADE não é limitado às pessoas com deficiência? Não! CIDADE ACESSÍVEL É PARA TODOS MESMO. Convido-os a uma reflexão quanto à urgência de praticarmos a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL para revermos os nossos maus hábitos. Vamos oxigenar os cérebros? Quero meu cérebro verde!

 

Carinhosamente.

 

DEBORAH PRATES

4 comentários:

  1. Bom dia minha amiga! Texto tão amplo! Limitamos demais o termo acessibilidade. Compartilhando já nas redes! Beijos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querida amiga, muito grata pela sua solidariedade habitual. Por favor, continue diulgando para que consigamos permear com a sociedade. Carinhosamente Deborah Prates

      Excluir
  2. Fiquei encantado com seu texto, parabéns excelente analise....quero poder compartilhar mais vezes. Um beijo carinhoso

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bem bacana de sua parte essacarinhosa interação. Por favor preste grande solidariedade divulgando essa crônica, já que a ideia é envolver todo o corpo social. deixo-lhe um convite, cujo texto está no link abaixo. Carinhsoamente Deborah Prates

      http://deborahpratesinclui.blogspot.com.br/2013/02/convite-debate-sexo-amor-e-vida.html

      Excluir