A VITÓRIA DOS VINTE CENTAVOS
Descrição da imagem para DV: Em um fundo preto, centralizado, está escrito, em branco, "R$ 0,20" e abaixo?"NÃO É POR CENTAVOS. É POR DIREITOS.". No lugar da vírgula de "0,20" está uma mancha de sangue. Imagem tirada da internet.
"O povo unido jamais será
vencido!”
Em 1.879, o Brasil viveu fato
inédito com a vitória do vintém, ocasião em que o imperador D. Pedro II,
revogou a ordem de aumento das passagens de ônibus, ante a revolta popular.
Em 19 de junho de 2013, o
Brasil do séc. XXI também assistiu algo inédito ao ouvir, pelas diversas
mídias, os governantes informarem que os VINTE CENTAVOS condizentes ao aumento
das passagens dos transportes urbanos estavam revogados. Claro que não perderam
a pose! Combinaram em passar um pito no povo avisando que estavam respeitando o
querer popular, mas que haveria consequência, qual seja, disponibilizariam
menos recursos para as obras de infraestrutura. Justificaram a imposição feita
ao povo nos contratos firmados com as empresas concessionárias, onde estariam
previstos esses aumentos periódicos. Trocando em miúdos, tentaram sair pela
legalidade.
Maravilha que os
"burros" desceram do ônibus! A população - sofrida faz muito -
entendeu que o palácio NÃO sobrevive sem a praça. Os gestores do amanhã
certamente não acreditaram nos discursos. Ora, se de um lado os contratos
previram aumentos periódicos, de outro também há a obrigação dos empresários,
qual seja a de prestar um serviço de QUALIDADE. A conclusão salta aos olhos. Se
o serviço está aquém do que determina a Carta Cidadã, então o contrato está
quebrado/rescindido! Interessante é que somente o povo/administração tem
obrigações a cumprir; já os contratados estão numa terra sem lei! O povo NÃO é
"burro"! Daí temos que lembrar os gastos absurdos com os eventos
esportivos. Nem o parco dinheiro para pagar os péssimos transportes públicos
para chegar aos novos e ferrados estádios querem nos deixar! Ah; para com isso!
Repudiei, desde o anúncio do
atual gestor da RJ, a sua intenção de DEMOLIÇÃO do elevado da PERIMETRAL. Sob
qual pretexto? Pasmem! Por ter aspecto desagradável. Por ferir a vista, melhor
explicando, a estética! E o povo não percebeu o nosso suado dinheirinho indo
ralo abaixo! É agora, no segundo mandato, vem o mesmo administrador passar pito
na população que o elegeu e ameaçar/aterrorizar quanto ao parco futuro das
obras de infraestrutura?! Faça-me o favor!
Pois é, tivesse o administrador
mais SENSIBILIDADE, ao invés de delirar com o desmonte de bem que atende a
população, teria pensado em deixar todo o entorno da PERIMETRAL ACESSÍVEL e a
baixo custo.
Fico focada na educação. As
escolas nem giz possuem! Os professores usam canetas compradas com o mísero
"vencimento". A desculpa? Falta de verba. Mas para a demolição da
PERIMETRAL, apenas por ser feia, HÁ VERBA! Ratifico que o pior cego é o que não
quer ver.
Veio-me a mente o conto de Hans
Christian Andersen, A ROUPA NOVA DO IMPERADOR. Será que só enxergamos o que os
gestores ORDENAM? Estaríamos todos com os cérebros anestesiados? Tolos? Bobos
da corte?
No contraponto Abraham Lincoln
afirma: "Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa
sem o seu consentimento". Maravilha perceber que estamos voltando do coma
em que estávamos mergulhados desde 1.879! Na verdade somos omissos na política.
Gostamos de discutir as questões que nos afligem em mesas de bar. Entre um e
outro pensamento dizemos: GARÇOM! MAIS UM CHOPE. E o papo rola. Lá pelas tantas
dizemos: GARÇOM! A SAIDEIRA E A CONTA. Acordamos com o despertador para mais um
dia de trabalho.
A história se repetiu quanto a
lastimável violência de grupos isolados. Em 1.879, por vontade de poucos, a
massa também foi incitada à violência e atos de vandalismo. Conta-se que os manifestantes
moveram-se pelas ruas do centro dirigindo-se ao Largo de São Francisco, onde
existiam muitos pontos finais de várias linhas de bonde. O delegado que
comandava as tropas da polícia pediu reforços ao Exército, mas, antes que a
ajuda chegasse, ordenou à polícia que dispersasse a multidão a cacetadas. A um
grito de "FORA O VINTÉM", os manifestantes começaram a espancar
condutores, esfaquear mulas, virar bondes e arrancar trilhos ao longo da rua
Uruguaiana. Dois pelotões do Exército ocuparam o Largo de S. Francisco,
postando-se parte da tropa em frente à Escola Politécnica, atual prédio do
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. O povo que tinha repúdio a
polícia terminou aplaudindo a tropa. No entretanto, o grupo da violência e
vandalismo, passou a arrancar paralelepípedos e atirá-los contra os soldados. O
oficial descontrolou-se e ordenou fogo contra a multidão. As estatísticas de
mortos e feridos são imprecisas. Falou-se em 15 a 20 feridos e em três a
dez mortos.
Em 20 de junho de 2013, a história ainda não
tem essa triste contabilidade. Certo é que, por pura irresponsabilidade nos
outubros eleitorais, a população insistiu em colocar no poder pessoas que já
tinham currículo político ruim. Os representantes populares que estão aí foram
postos pelo povo que, às duras penas, passa a compreender a magnitude do voto.
Infelizmente temos que cair da escada para aprender a ter mais atenção no
primeiro degrau!
Bacana ter sobrevivido para
sentir o sabor da VITÓRIA DOS VINTE CENTAVOS! Enxergamos o caminho que é bem
longo. Só estamos no começo!
De minha parte emoção dupla. A
uma por ser brasileira e participar da manutenção da democracia. A duas por ser
acessibilista e constatar que o povo está começando a praticar a ACESSIBILIDADE
ATITUDINAL!
PARABÉNS BRASIL! Viva a Pátria
querida; salve salve!!!
Carinhosamente.
DEBORAH PRATES
fantástico apoio você em tudo o que esta fazendo pois chega de sermos tratados feito bicho na coleira vamos mostrar a estes que se consideram imortais que eles não tem o domínio do nosso pais que o povo é que tem o poder temos que acabar com esta farsa dos poderosos
ResponderExcluirSemelhante amigo, muito grata por sua inteiração. Bacana constatarmos que não estamos sozinhos na caminhada. Muito tenho me emocionado com as manifestações por todo o nosso Brasil, invadindo o planeta. Vamos ver se dessa vez saímos do atoleiro... Carinhosamente Deborah Prates
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