DAS REVOLTAS DO
VINTÉM
À DOS VINTE CENTAVOS
Descrição
da imagem para DV: Fotografia em tom sépia de ônibus puxado por burro, como era
na época da revolta do vintém. Vagão em forma de um retângulo aberto, com hastes
para segurar e alguns bancos com pessoas sentadas. O condutor fica de pé, na frente,
segurando as rédeas do burro, que se encontra à esquerda da imagem.
O filme A REVOLTA DOS
VINTE CENTAVOS, já passou em 1879, na RJ. A multidão reuniu-se no campo de São
Cristóvão, em frente ao palácio imperial. A história conta que quase cinco mil
pessoas protestaram contra um aumento de 20 réis, um vintém, sobre o transporte
urbano, representado na época por bondes puxados por burros. O vintém era moeda
de cobre, a de menor valor da época. À sombra de liderança, os manifestantes
pretenderam entregar uma petição a D. Pedro II, objetivando a revogação da
taxa/aumento. A polícia, guardando-se as proporções, teve comportamento
semelhante aqueles mostrados pela mídia nesse junho/2013.
O motim do século XIX
teve efeito positivo, já que, dias depois, o aumento fora revogado; mas e
agora, teremos a mesma sorte? Em 1879, o imperador punha os burros para puxar
os bondes. Atualizando para 2013, pretendem os republicanos conduzir os
"burros" dentro dos transportes urbanos.
Novelistas e jornalistas
vêm dando suas peruadas de muitíssimo mau gosto. Chegou-se a dizer que o povo
compra televisores de 500
polegadas e não reclama; porém, chora para pagar um
irrisório aumento de vinte centavos! Ridículo, né? Claro que o viés não é esse!
O que está em questão
são as instituições, os mandos e desmandos dos gestores/administradores,
valendo dizer o jogo do poder.
O Artigo 7º, IV, da
Carta Cidadã diz que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, um
salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família, estando dentre esses o
transporte - obviamente - de qualidade. Manda a Lei Maior que esse salário há
que ter reajustes periódicos que lhes garantam tais despesas. Algum brasileiro
tem dúvida quanto ao irrisório poder de compra do atual salário?
É incontroverso que os
meios de transportes a disposição da população, de longe, são destinados ao
transporte de seres humanos. O ônibus e trens vêm sendo avaliados como sendo os
piores. O Metrô, dentre todos, está sendo apontado como o melhor. Os trens na
RJ são cruéis demais. Existem estações nas quais os vagões desembarcam os
humanos a uma altura de 50
centímetros da plataforma. Deficientes físicos, idosos e
pessoas com limitações temporárias têm que ser carregados pelos outros
usuários. Humilhante e desumano!
Os palpiteiros que
apoiam os cruentos gestores e incentivam os selvagens empresários não usam
esses transportes. Comumente transitam de automóveis próprios, táxis e, no
máximo, de metrô.
Solidariedade é afeto.
Este não se pode ensinar nos bancos escolares. Sentimento é bem existente nos
porões dos nossos corações, pelo que temos que suar/transpirar para contaminar
o semelhante. A cultura da superficialidade impera nos últimos 200 anos de
capitalismo. Os cérebros estão ocos. Solo árido e rachado nada produz.
Excelente estado para manobras!
Essa "miséria"
de vinte centavos que os advogados dos gestores vêm defendendo, por ilustração,
na cidade de SP significa, num ano, cerca de um bilhão de reais a mais nos caixas
dos empresários gananciosos. No contraponto, os mesmos gestores não se
preocuparam de exigir, antes da canetada, que as frotas fossem adequadas para
as pessoas dos mais diversos seguimentos; valendo dizer nos moldes do desenho
universal. Plataformas elevatórias para as pessoas com limitações físicas;
sistema sonoro - em português e inglês - informando os pontos/estações para
deficientes visuais, idosos, analfabetos, aos que possuem dificuldades
cognitivas; crianças; turistas; painel com linguagem para surdos; bem como todo
tipo de mobiliário/equipamentos que propiciassem a segurança e conforto dos
munícipes seria o mínimo que os eleitos pelo povo teriam que exigir dos
concessionários.
Assistimos - atônitos -
um bate bola danado na Copa das Confederações. De um lado do campo está o time
dos políticos/gestores passando a bola uns para os outros. Na outra metade
estão os empresários esperando aflitamente o dinheiro, melhor dizendo, a bola
que não lhes chega aos pés. Nas arquibancadas está o povo gritando OLA! Todos
os atores dentro do clima desportivo de hoje e do futuro próximo.
Corrosiva é a
expectativa de que no próximo outubro eleitoral haja apenas a passagem do
bastão entre os mesmos corredores da maratona. Urge exercitarmos a
ACESSIBILIDADE ATITUDINAL para mudar os nossos maus hábitos. No momento o plano
é dar empréstimos para a aquisição de novos aparelhos de televisão, não como
bacorejam as más línguas, mas nos termos da lei que impõe o tamanho da tela que
o povo deverá gritar OLA! OLA! OLA!
Quem
é o cego nessa história?
Carinhosamente.
DEBORAH PRATES
Deborah Prates, vergonhosamente esta situação na qual vivemos, diante de tantos descréditos, diante de tanta corrupção, diante de tanta falta de carácter dos Governantes, diante desse abuso de poder, diante de tanta mediocridade, só nos resta acreditar que um dia teremos vida humana, pois sub-humana já vivemos, para que possamos ainda desfrutar um dia do direito de ir e vir, hoje o que podemos observar é de que o povo já está acordando e correndo atras de uma melhor condição de sobrevivência, assino em baixo tudo que fora descrito por você, faço de sua brilhante luta por um pais com mais tolerância e credibilidade, faço de suas palavras as minhas sem tirar e nem por uma vírgula, parabéns!
ResponderExcluirUm forte abraço.
Atenciosamente.
Joaquim Luiz
O Tortinho do Rio de Janeiro.
Energias maravilhosas, querido amigo Joaquim! É isso aí, comungo com as suas palavras. Porém, há luz no final do túnel. Prova disso são as crescentes manifestações populares em busca do restabelecimentos das instituições. Carinhosamente Deborah Prates.
ExcluirDeborah, muito inteligente a analogia histórica feita. Realmente, os comentários midiáticos de manipulação são pitorescos, tanto quanto a atuação teleguiada da polícia que representa o braço opressor do Estado que de Democrático só tem o nome fantasia. Não se trata apenas de 20 centavos, mas do terceiro aumento consecutivo da passagem em um curto espaço de tempo, além das más condições de transporte de parcela da população que não pode sequer se manifestarem, porque se não não teriam como voltar para casa, pois o fardo que carregam é pesado demais. Além disto, tratam-se de vinte cinco centavos na verdade, porque este R$2,95 muitas vezes tem funcionado como R$2,99, porque valem como R$3,00 na realidade, pois cinco centavos de troco nem sempre é esperado, ainda mais quando o motorista acumula a função de trocador.
ResponderExcluirEnfim... um absurdo!
Maria Clara
Querida amiga Maria Clara, fiquei muito feliz com essa sua inteiração. Muito bacana as suas ponderações, com as quais concordo inteiramente. Porém, agora, o povo acordou e está nas ruas de todo o Brasil exigindo o que nos é de direito e justiça. Carinhosamente Deborah Prates.
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