quarta-feira, 10 de julho de 2013

Crônica sobre a manifestação de 07/07/2013


 CIDADE ACESSÍVEL É PARA TODOS!



 
 
Descrição da imagem: Foto registrando Deborah + Jimmy + Berenice (toda iluminada com leds branco) na manifestação de 07/07/2013 
 

            Éramos pouco mais de 200 pessoas sendo aplaudidas pela galera que assistia a maratona que passava na Av. Atlânticas na RJ. Bacana sentir o envolvimento dos humanos sem deficiência com a nossa reivindicação por uma CIDADE ACESSÍVEL. Foi de arrepiar a energia do sol efervescendo com a nossa!

 

                        Presentes estavam os apitos, chocalhos, cartazes com frases reivindicatórias, vozes ecoando o Hino Nacional, tudo elevado à potência máxima com os nossos semblantes esperançosos por dias mais confortáveis.

 

                        O percurso foi pequeno em respeito aos deficientes que já reclamavam pela fadiga. Tudo aconteceu na medida exata. Derrubamos muros e construímos pontes. Suamos/transpiramos amor e recebemos solidariedade.

 

                                               O povo - unido - saiu às ruas objetivando restaurar a dignidade, cidadania, o amor ao Brasil, etc. No entretanto, não ouvimos UMA só voz a levantar a "bandeira" das acessibilidades. Isso porque, por um equívoco, o verbete acessibilidade ficou vinculado à pessoa COM deficiência. Ao invés de ficarmos reclamando, arregaçamos às mangas e realizamos o grito pelas acessibilidades na manhã de 7/7/2013, sob um céu de brigadeiro, que abraçava a "Princesinha do Mar". Copacabana fervilhava ...

 

                                               Verdadeiramente CIDADE ACESSÍVEL É PARA TODOS, pelo que urge a conscientização do corpo social para esse vital detalhe, que fará toda a diferença.

 

                                               A sociedade, em 2013 - ainda tem pela pessoa com deficiência um olhar assistencialista, o que não se pode mais admitir. Daí é que sofremos com o fenômeno da INVISIBILIDADE. Quando se fala em acessibilidade logo o semelhante diz: - Não sou deficiente; não tenho deficiente na família; não conheço ninguém deficiente, pelo que esse assunto não me interessa. Ledo engano!

 

                                               Por ilustração, uma rampa atende ao idoso; mamãe que leva o seu bebê no carrinho; a dona de casa que traz suas compras num carrinho de feira pesado; ao trabalhador que carrega suas encomendas sobre rodas; aos recém operados; a todos os que passam por uma limitação física temporária; aos cadeirantes, bengalantes, muletantes, etc.

 

                                               Um ônibus, por exemplo, com elevador atende ao idoso que já não tem forças para subir degraus altos; as crianças; as gestantes; aos humanos que passam por limitação física temporária; aos deficientes em geral, etc. Já pensaram que benção se também elevassem o carrinho do bebê, como se vê na Austrália? Imaginem um sistema sonoro informando os pontos de paradas e turísticos em português e inglês, atendendo aos deficientes visuais, pessoas com dificuldades cognitivas, analfabetos e turistas ao mesmo tempo? Maravilha, hein?

 

                                               Um site acessível não só atende aos deficientes visuais, mas aos que ainda usam a Internet discada e/ou com baixa velocidade; aos que não têm muita intimidade com a navegação; aos empresários que vendem produtos virtualmente, etc.

 

                                               Dentre as modalidades de acessibilidade julgo que a mais importante/relevante é a ATITUDINAL. Necessitamos, com urgência, mudar os nossos maus hábitos que estão arraigados em nossos cérebros desde o início da civilização. Imaginem um professor ensinando seus alunos sobre o tema opção sexual, se ele já vem com ideias PREconcebidas? Óbvio que a informação chega viciada/errada. O mestre tem que ser o moderador do conhecimento e não um imperador que dita o que devemos ou não ter como correto, concordam? A conclusão do certo ou errado cabe a cada qual, de sorte que o que precisamos para um Brasil igualitário em oportunidades é - tão-só - do conhecimento em sua essência. Basta de andarmos engessados! Viram como a acessibilidade atitudinal vem antes das demais?

 

                                               Em 2012, foi a "Cidade Maravilhosa" agraciada pela UNESCO, através de seu Comitê do Patrimônio Mundial, com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Mas, como esse desastre ocorreu se nem calçadas acessíveis os cariocas têm para andar? Ainda se fosse premiada pelo patrimônio natural, tudo bem! O pior cego é o que não quer ver.

 

                        Na dispersão entrelaçamo-nos com apertados abraços acessíveis e com a promessa mútua de que novos encontros do gênero viriam. Ensinar/educar é sinônimo de repetição e, para chegarmos ao Cristo Redentor, ainda temos muitos degraus a subir!

 

Carinhosamente.

 

DEBORAH PRATES.

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