CIDADE ACESSÍVEL É PARA TODOS!
Descrição
da imagem: Foto registrando Deborah + Jimmy + Berenice (toda iluminada com leds
branco) na manifestação de 07/07/2013
Éramos pouco mais de 200 pessoas sendo aplaudidas pela
galera que assistia a maratona que passava na Av. Atlânticas na RJ. Bacana
sentir o envolvimento dos humanos sem deficiência com a nossa reivindicação por
uma CIDADE ACESSÍVEL. Foi de arrepiar a energia do sol efervescendo com a
nossa!
Presentes estavam os apitos, chocalhos,
cartazes com frases reivindicatórias, vozes ecoando o Hino Nacional, tudo
elevado à potência máxima com os nossos semblantes esperançosos por dias mais
confortáveis.
O percurso foi pequeno em respeito aos
deficientes que já reclamavam pela fadiga. Tudo aconteceu na medida exata.
Derrubamos muros e construímos pontes. Suamos/transpiramos amor e recebemos
solidariedade.
O povo - unido - saiu
às ruas objetivando restaurar a dignidade, cidadania, o amor ao Brasil, etc. No
entretanto, não ouvimos UMA só voz a levantar a "bandeira" das
acessibilidades. Isso porque, por um equívoco, o verbete acessibilidade ficou
vinculado à pessoa COM deficiência. Ao invés de ficarmos reclamando,
arregaçamos às mangas e realizamos o grito pelas acessibilidades na manhã de
7/7/2013, sob um céu de brigadeiro, que abraçava a "Princesinha do
Mar". Copacabana fervilhava ...
Verdadeiramente CIDADE
ACESSÍVEL É PARA TODOS, pelo que urge a conscientização do corpo social para
esse vital detalhe, que fará toda a diferença.
A sociedade, em 2013 -
ainda tem pela pessoa com deficiência um olhar assistencialista, o que não se
pode mais admitir. Daí é que sofremos com o fenômeno da INVISIBILIDADE. Quando
se fala em acessibilidade logo o semelhante diz: - Não sou deficiente; não
tenho deficiente na família; não conheço ninguém deficiente, pelo que esse
assunto não me interessa. Ledo engano!
Por ilustração, uma
rampa atende ao idoso; mamãe que leva o seu bebê no carrinho; a dona de casa
que traz suas compras num carrinho de feira pesado; ao trabalhador que carrega
suas encomendas sobre rodas; aos recém operados; a todos os que passam por uma
limitação física temporária; aos cadeirantes, bengalantes, muletantes, etc.
Um ônibus, por
exemplo, com elevador atende ao idoso que já não tem forças para subir degraus
altos; as crianças; as gestantes; aos humanos que passam por limitação física
temporária; aos deficientes em geral, etc. Já pensaram que benção se também
elevassem o carrinho do bebê, como se vê na Austrália? Imaginem um sistema
sonoro informando os pontos de paradas e turísticos em português e inglês,
atendendo aos deficientes visuais, pessoas com dificuldades cognitivas,
analfabetos e turistas ao mesmo tempo? Maravilha, hein?
Um site acessível não
só atende aos deficientes visuais, mas aos que ainda usam a Internet discada
e/ou com baixa velocidade; aos que não têm muita intimidade com a navegação;
aos empresários que vendem produtos virtualmente, etc.
Dentre as modalidades
de acessibilidade julgo que a mais importante/relevante é a ATITUDINAL.
Necessitamos, com urgência, mudar os nossos maus hábitos que estão arraigados
em nossos cérebros desde o início da civilização. Imaginem um professor
ensinando seus alunos sobre o tema opção sexual, se ele já vem com ideias
PREconcebidas? Óbvio que a informação chega viciada/errada. O mestre tem que
ser o moderador do conhecimento e não um imperador que dita o que devemos ou
não ter como correto, concordam? A conclusão do certo ou errado cabe a cada
qual, de sorte que o que precisamos para um Brasil igualitário em oportunidades
é - tão-só - do conhecimento em sua essência. Basta de andarmos engessados!
Viram como a acessibilidade atitudinal vem antes das demais?
Em 2012, foi a
"Cidade Maravilhosa" agraciada pela UNESCO, através de seu Comitê do
Patrimônio Mundial, com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Mas,
como esse desastre ocorreu se nem calçadas acessíveis os cariocas têm para
andar? Ainda se fosse premiada pelo patrimônio natural, tudo bem! O pior cego é
o que não quer ver.
Na dispersão entrelaçamo-nos com apertados
abraços acessíveis e com a promessa mútua de que novos encontros do gênero viriam.
Ensinar/educar é sinônimo de repetição e, para chegarmos ao Cristo Redentor,
ainda temos muitos degraus a subir!
Carinhosamente.
DEBORAH PRATES.
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