segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Ocupar, Resistir para morar - SEM acessibilidade


Ocupar, Resistir para Morar - 
SEM acessibilidade!




Descrição da foto para DV's: Um pedaço de um cinema é o plano de fundo, com várias cadeiras vermelhas. Em oito delas, estão pessoas de forma espalhada, mas perto umas das outras. Cinco delas são cegos e somente três usam óculos escuros. Todas essas estão com fones de ouvido simbolizando a áudio-descrição.


         O Cine ABI, em parceria com o Cineclube da Casa da América Latina, apresentaram em 5/12/2013, dois documentários sobre ocupações em prédios públicos, sob a direção de Carlos Pronzato. Tivemos a felicidade de ter o diretor conosco na sala de exibição!

         Sinopse: O Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) nasceu em 1990, com o objetivo de articular as diversas formas de luta pela moradia existentes no Brasil. Direito esse garantido seja através da lei, seja através da ocupação e resistência dos diversos movimentos espalhados pelo país.

         O primeiro documentário mostrou a ocupação do prédio do INSS no centro de Porto Alegre durante as atividades do Fórum Social Mundial em 2005, que serviu para abrir o debate sobre a destinação dos imóveis da União que não estavam cumprindo uma função social.

         Para a nossa sorte o diretor Carlos Pronzato trazia maravilhosa surpresa, valendo dizer um segundo documentário sobre o tema que foi mostrado em PRIMEIRA exibição. Maravilha!

         Depois da exibição de ambos os filmes ocorreu um salutar e engrandecedor debate, onde eu pude interagir com o diretor sobre a falta de acessibilidade para os deficientes sensoriais (surdos e cegos). Fiquei apavorada ao ouvir do diretor que muitos o questionavam sobre a retirada de tantas falas, já que imagens, em tese, falam mais que as palavras. Interagi imediatamente: - E as pessoas cegas, como ficarão? Você já pensou nesse seguimento da população?

         Nesse evento eu fui representando a CDH/OAB/RJ (Comissão de Direitos Humanos) e fui hiper bem recepcionada por todos, ficando aflorada a SENSIBILIDADE do diretor para a questão. Humildemente Carlos Pronzato disse não ter se atentado para o tema igualmente humanitário e prometeu analisar com carinho para que todos pudesses ser contemplados com o seu belo trabalho.

         Volto a repetir que é super importante que as pessoas COM deficiência participem/premeiem com a coletividade todos os momentos da vida. Somente dessa forma seremos vistos/percebidos. Ainda em 2013, verdadeiramente e com profunda tristeza, o corpo social nutre por nós olhar totalmente ASSISTENCIALISTA. É como se fosse um favor para nós deixar que estejamos presentes às oportunidades dadas às pessoas SEM deficiência! Não podemos mais tolerar esse comportamento! Mister se faz fazermos a nossa parte!

         Persisto na tese de que é a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL a saída para uma sociedade mais justa, onde seja cumprida a Carta Cidadã, sendo, de fato, garantido a todos MESMO iguais oportunidades. É isso.

Carinhosamente.

DEBORAH PRATES.

2 comentários:

  1. Sempre gosto muito de ler tudo que vc escreve e ouvir vc falar, abre na minha mente, um montão de portas. Ainda não consigo mesmo entender como tantas pessoas que se dizem inteligentes são tão alheias ao próximo, às necessidades das outras pessoas. Acho que qdo um pessoa diz: ahhh coitado, está apenas afirmando a incompetência dele para com aquele problema, está afirmando que não sabe como lidar com aquela situação e portanto para continuar a ser o "importante", assistencializa, como isso diminuísse a sua incapacidade, ao contrário.. Atitudes, a acessibildade atitudinal é de grande importância para melhoria das relações entre as pessoas, mantendo-se assim o elo de educação e respeito entre todos, sem identificar sua qualidade... Todos somos iguais perante a lei... Bravo Deborah.. adooooro sempre!

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    1. Queridíssima amiga Lizbeth Marge, mais uma vez obrigada pelo carinho + respeito + solidariedade. Precisamos, verdadeiramente, nos unir em prol da implementação das acessibilidades para que tenhamos um Brasil mais igualitário em oportunidades. Estamos juntas. Carinhosamente Deborah Prates

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