sábado, 12 de abril de 2014

Gaiolas abertas

GAIOLAS ABERTAS




Descrição da imagem para DV's: Fundo de um céu azul com nuvens brancas. Na direita, em close, está uma linda gaiola dourada com a portinhola aberta. Com as patinhas fincadas na portinha, com a metade do corpo para fora e a outra para dentro, um lindo canarinho brasileiro está pronto para voar. 





                    Oportunidade; sempre ela!


                    Recente pesquisa dá conta de que mais de 58% dos brasileiros não têm o bom hábito de ler. Ler qualquer bem de consumo cultural... livros, revistas, jornais, teatro, cinema, eventos... Sem dúvida, para que possamos avançar mister se faz ter consciência da crise civilizatória advinda da cultura da obsolescência decorrente do capitalismo selvagem a que o homem se deixou expor.


                    No nosso cardápio cotidiano nos demos as alternativas: fome, miséria, barbárie, terror de Estado, repressão militar e policial..... balas de borracha cegando a cultura do saber. Em 11 de abril/2014 - reintegração de posse/"favela da Telerj" - um vendedor de sorvete teve um olho perfurado em nome da ordem... E aí, seu policial; mais balas de borracha sob o rótulo da paz? Permitimos que a esperança perecesse.


                    Penso que a raíz do problema está na família. Sim, na família! Os pais não leem; dizem não ter tempo. No entretanto, estão habitualmente de posse do celular, do último modelito, se comunicando com o filho, no quarto ao lado e em novas escritas tecnumanas. Tudo abreviado... amor, princípios, exemplos. o gestor também é filho... Não faz muito que escrevi sobre o então morador de rua Robson Mendonça e sua maravilhosa bicicloteca, que bem prova que a leitura não está diretamente ligada a dinheiro e/ou privilegiada situação social. (http://deborahpratesinclui.blogspot.com.br/2014/03/a-bicicloteca.html)


                    Evidentemente que a oportunidade faz toda diferença. Robson, por ilustração, tinha um sonho/ideal e correu atrás de oportunidade (doadores) para a concretização da sua biblioteca sobre duas rodas. Acessibilizou o pensamento. Contudo, como justificar aqueles que não dormem nas ruas e são paupérrimos de alma? Mente e solo ressequidos nada produzem; quero meu cérebro VERDE!


                    Conheci um vereador que me disse, com vigoroso orgulho, que nunca havia lido um livro. Afirmou: - UM SACO! E faz leis... muitas leis. Ouvi dizer de outro que apresentou um projeto para instituir o dia do sexo... mais boçalidades.


                    Para o enfrentamento dos desafios do século XXI, de forma conjunta e universal, necessitamos compreender o significado de sustentabilidade humana. Enquanto o humano não incorporar o sentimento da solidariedade fica difícil...


                    A pesquisa em enfoque mostra como a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL é a chave para uma sociedade mais igualitária e justa. Urge modificar os nossos maus hábitos, já que é pura balela, zunzunzum os governantes anunciarem sustentabilidade sem ACESSIBILIDADE. Não carece ser cego para enxergar que nenhum tripé fica em pé sem uma perna... e o social? E a velha pergunta que não quer calar: a quem interessa instruir/conscientizar o povo?? Estamos a seis meses do próximo outubro eleitoral... e aí? Esse negócio de alegar que não temos opção é puro mau senso, não acham? Basta de só reclamar, reclamar, reclamar...


                    Alô sociedade, entendeu que acessibilidade atitudinal não é "coisa" de gente deficiente? Viu que uma cidade acessível é para todos?


                    Nossas asas estão refeitas pela democracia... vamos dialogar, refazer conceitos, quebrar preconceitos, PALESTRAR... voar?


                    Eu posso, você pode, nós podemos... as gaiolas estão abertas. "Sejamos nós a mudança que queremos ver no mundo". (Mahatma Gandhi)

Carinhosamente.


DEBORAH PRATES.

2 comentários:

  1. Querida amiga Deborah Prates! Esse tema é de uma sabedoria, pois retrata a verdadeira falta de hábito para com a leitura, infelizmente nos mesmos sem que tenhamos nossa percepção acabamos contribuindo para esse percentual, pois em uma maioria acabamos podando um possível hábito da leitura logo na infância de nossas crianças ao não permitirmos inocentemente a leitura de um simples GIBI por não achar essa a leitura adequada para ela, tendo ali com esse simples ato uma inibição ao seguimento no hábito da leitura! Mais deixo aqui o meu registro dessa linda e merecida matéria! Um forte abraço de seus amigos Joaquim e valéria.

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    1. Queridos amigos Joaquim + Valéria, bacana os comentários. Realmente há esse mau hábito. Vamos somando! Carinhosamente Deborah Prates

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