Pois é, estou de repouso, por prescrição
médica, me recuperando da cirurgia feita no último dia 2. Claro que de saco
cheio. Tudo vai bem. É o que importa. Nesse infinito tempo venho pensando na
vida e nos eventos que virão pela Comissão da Mulher do IAB, integradora de
minorias e singularidades. Foquei, por momentos, na solidariedade. Repito ser
este o sentimento que nos faz humanos.
Descrição da imagem para pessoas com deficiência visual: uma rosa vermelha aberta, bem cheia. Sua textura é quase um veludo e, abaixo, há algumas folhas verdes.
Justamente por ser sentimento a solidariedade
não pode ser ensinada. Isto porque está entranhada em nós. Podemos transmitir
conhecimentos sobre tantas coisas que podem ser ditas. Coisas que podem ser transmitidas
estão do lado de fora e não têm a capacidade de traduzir o verdadeiro sentir.
Por isso é tão complexo falar de sentimentos, emoções e sensações.
Experimentei os dois lados do balcão da vida.
Agora, como pessoa cega, sei o quanto é difícil, por exemplo, alguém me
explicar sobre o belo ou o feio. O sentimento vai muito além do que os olhos
veem. É algo que não é possível explicar ou descrever com palavras, ante a sua complexidade.
Então, como ensinar solidariedade? Entendo
que esse sentimento tem que brotar em nós. Como se fosse um grãozinho a espera
de ser plantado. Após nascer, a natureza se incumbirá de cuidar dele até o seu
florescer.
Angelus Silesius - místico, filósofo, poeta e
jurista do sec. XVII - deixou-nos um poema retratando bem esse derramamento,
transbordamento natural: "A rosa não tem porquê. Floresce porque floresce.
Não cuida de si mesma. Nem pergunta se alguém a vê...".
Assim, penso que temos que sair pela vida
semeando grãozinhos de solidariedade para que, nascendo, venha a florescer,
configurando um simples derramamento humanitário do ser. Sem porquês!
Tenho certeza de que teremos um Brasil
melhor. Mais republicano e democrático.
Essa é a reflexão que quis compartilhar com
os amigos. Cultivemos em todas, todos e
todes a solidariedade.
(Deborah Prates)
Seus relatos são muito importantes para que as pessoas possam compreender mais sobre as pessoas com deficiência.
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